Segundo análise do presidente da NTC (Associação Nacional do Transporte de Cargas), Geraldo Vianna, em documento enviado pela entidade ao governador Geraldo Alckmin, se o governo de São Paulo não agir com equilíbrio no estabelecimento do reajuste das tarifas de pedágio das rodovias sob concessão no Estado, a insatisfação dos transportadores de cargas pode ter conseqüências imprevisíveis. Conforme foi divulgado em alguns órgãos da imprensa, as concessionárias pretendem reajustar as tarifas de pedágio em 31,51%, índice do IGP-M dos últimos 12 meses, como rege os contratos de concessão. Acontece que o IGP-M foi inflacionado pela taxa cambial no final do ano passado, quando o dólar chegou aos R$ 4, sendo que o ideal, segundo Vianna, seria um índice que espelhasse a realidade brasileira. O presidente da NTC explicou também no documento, que o reajuste é superior aos índices econômicos, como por exemplo o IPC (14,74%), IPCA (17,24%) e o INPC (20,44%). Conforme estudos da Coppead/UFRJ, o frete do setor no País é de U$ 18 por mil toneladas/km, enquanto nos EUA esse valor é de U$ 56. Nas rodovias do Estado, a NTC constatou que a tarifa representa entre 26% e 32% de acréscimo nos custos de operação dos veículos de carga. “Esse percentual, além de muito superior aos 20% de benefícios que se podem esperar, quando se melhora uma rodovia do estado deficiente para ótimo, torna-se ainda mais pesado quando se leva em conta que os fretes praticados quase sempre estão abaixo do custo”, afirma Vianna.