O líder do PMDB, senador Renan Calheiros, vai encaminhar ao Senado o projeto que proíbe a venda de armas. O senador pretende que a proposta tenha aprovação imediata e reconheceu a dificuldade de se votar projetos como esses por causa do forte lobby da indústria de armamentos. Mas diante do aumento da violência e do surgimento de um caso que provocou grande repercussão, da estudante de enfermagem da Universidade Estácio de Sá, Luciana Gonçalves de Novaes, que foi baleada na faculdade, talvez o Legislativo consiga vencer a pressão do empresariado. O projeto já foi apresentado anteriormente ao Congresso e Senado, mas seu texto foi desfigurado e passou a ser só uma proposta que disciplinou a venda de armas. O texto defendido por Renan estabeleceu que a venda de armas poderia ser feita só às Forças Armadas, órgãos de segurança pública, empresas de segurança privada e transporte de valores, clubes de tiro e caça, guardas florestais, agentes de trânsito, moradores de áreas rurais, agentes de fiscalização ambiental e colecionadores. No Estado de São Paulo, desde 1997, o governo adotou uma política de restrição da concessão do porte de arma baseada na lei que criou o Sistema Nacional de Armas (Sinarm). Segundo o delegado Francisco de Migueli, diretor de Produtos Controlados da Polícia Civil (DPC), o número de portes concedidos por ano caiu de 80 mil para 2 mil.