Exceto a DAF, cujas vendas cresceram no ano passado, todas as demais fabricantes de caminhões pesados instaladas no Brasil sofreram queda de emplacamento. A montadora com maior redução no número de emplacamentos no período foi a Scania, com queda de 12.669 unidades em 2019 para 8.690 em 2020, segundo números do Renavam/Denatran.
O vice-presidente de operações comerciais da Scania Brasil, Roberto Barral, disse que a queda brusca nas vendas em 2020 aconteceu por causa da pandemia. O executivo explicou que a empresa só produz caminhões mediante a pedidos, e não tinha veículos em estoque para entregar quando teve de interromper por semanas a produção para atender aos protocolos e medidas de saúde contra a covid-19.
Ainda de acordo com Barral, a montadora entrou na pandemia sem veículos no seu pátio ou nos dos concessionários, porque a rede não faz pedido de estoque. “E sem estoque não pudemos atender pedidos. A situação só se normalizou a partir de agosto/setembro e não tivemos tempo de recuperar”, explicou .
Barral acrescentou que mesmo tendo perdido vendas em 2020 em razão do sistema de produção da montadora, ele afirma que esse modelo dá segurança, sobretudo porque não tem custo com estoque. “Nosso modelo funciona”, concluiu.
Os segmentos que em 2020 compraram mais caminhões pesados da marca foram os setores do Agronegócio (grãos e insumos para a lavoura), indústria em geral (insumos e produtos acabados) e transportadores de produtos frigorificados, com destaque para o movimento de exportação.
A maior venda da empresa em um só lote foram 300 caminhões para a transportadora Maroni e os modelos mais emplacados da marca foram o R 450, com 3.576 unidades e o R500, veículo com alta aplicação no setor agrícola, 1.672 unidades.
O resultado provocado pelo ano atípico não reduz a expectativa de alta de ao menos 15% nas vendas em 2021 diante da esperada recuperação da economia, dos bons ventos de uma nova safra recorde e da retomada do consumo.
A Scania terminou 2020 comemorando a venda de 70 caminhões movidos a gás e começou este ano com a meta de 200. Outra marca festejada pela empresa é ter atingido a marca de 40 mil veículos conectados (38 mil caminhões e 2.000 ônibus).
Outro grande trunfo, no entanto, está na nova geração de caminhões, com os quais tem transportadoras obtendo até 15% de economia de combustível, além da redução de emissões de CO2 em relação à geração anterior.
A empresa começou 2021 com expectativa que seus caminhões entreguem mais 5% adicionais de economia chegando até 20% na redução de consumo do acelerador inteligente, dispositivo que faz o veículo ser mais econômico.
“O que já era bom ficará ainda melhor com o novo patamar de 20% de redução de consumo, com o lançamento do acelerador inteligente”, disse Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Soluções da Scania no Brasil.
Apesar de os números de 2020 terem ficado abaixo das expectativas, a empresa aposta que 2021 será bem melhor. Além da continuidade da melhora dos segmentos compradores de caminhão, a Scania começou o ano dia 18 de janeiro com o ciclo de investimentos no Brasil no valor de R$ 1,4 bilhão até 2024.
Além do aumento do número de caminhões emplacados, este ano a marca continuará a ampliar também o número de pontos de atendimento, dentro e fora dos clientes, e também as vendas de Planos de Manutenção Scania (PMS).
“A expectativa de crescer 38% nas vendas dos programas de manutenção Scania e de 26% no portfólio (carteira de planos ativos)”, destacou o diretor de serviços Marcelo Montanha. “Em 2021, ainda temos incertezas que não deixam algumas projeções avançarem, mas estamos otimistas”, concluiu Barral.