Por Elizabete Vasconcelos

o de desafios, adaptações e de vendas em baixa. Esse pode ser o resumo de 2012 para a indústria de caminhões no Brasil. Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) revelam que no ano passado foram comercializados 139.147 caminhões, uma redução de 19,5% em relação às 172.871 unidades emplacadas em 2011. Executivos de montadoras instaladas no País justificam que a entrada em vigor do Proconve P-7 – equivalente às normas Euro V (em vigor na Europa) – e a crise mundial foram os principais fatores para esse resultado.

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Comparado com 2011 o ano passado foi negativo, mesmo assim registramos o terceiro melhor resultado de nossa história, ressalta Ricardo Alouche, da MAN Latin America

 

“Além da mudança imediata da tecnologia, houve o aumento no preço dos veículos. Por isso é natural que o cliente que comprou um caminhão no segundo semestre de 2011, por exemplo, tenha se espantado com o preço e acabou adiando a compra. Além disso, o mercado tinha muitas dúvidas, principalmente com o combustível (diesel S-50) e o Arla32. Muitos temiam que não houvesse produtos para atender a demanda”, explica Ricardo Alouche, diretor de vendas, marketing e pós-venda da MAN Latin America.

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Tânia Silvestri, da Mercedes-Benz, destaca que a performance de vendas do caminhão leve Accelo foi muito boa e o modelo figurou entre os mais vendidos do mercado

No entanto, o executivo destaca que mesmo com a queda de quase 20% nas vendas o ano não foi tão ruim quanto parece. “Se considerarmos o resultado de 2013, não foi ruim. Afinal registramos o terceiro melhor resultado de vendas de nossa história. No entanto, se compararmos os resultados com o ano de 2011, aí sim identificamos algo negativo, já que as vendas caíram”, explica. Para 2013, o executivo está otimista. Segundo ele, as vendas de toda a indústria devem crescer entre 10 e 15%, devido – principalmente às medidas do governo como a manutenção dos juros do Finame PSI em 3% até junho e de 4% entre os meses de julho e dezembro, mais o IPI zero para caminhões sem data para acabar. Além disso, o executivo destaca que a safra recorde de grãos prevista para este ano e os projetos de infraestrutura irão impulsionar o mercado. “Não será o suficiente para superar o volume vendido em 2011, mas deve ficar igual ou maior a 2010, nosso segundo melhor resultado”, afirma.

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As medidas de incentivo do governo, a safra de grãos recorde e o reaquecimento da economia puxarão as vendas de caminhões este ano, diz Eronildo dos Santos, da Scania

 

Tânia Silvestri, diretora de vendas e marketing de Caminhões Mercedes-Benz, partilha da opinião de que a mudança foi mais desafiadora do que se esperava. “A transição para a tecnologia Euro V, somada à desaceleração da economia brasileira e situações como o atraso de algumas obras do PAC e a postergação das compras de veículos, nos apresentaram um cenário repleto de desafios”, detalha. A executiva acrescenta que, no entanto, durante o último trimestre do ano foi possível perceber uma tendência de melhoria da situação, apoiada por medidas do Governo Federal e a retomada da atividade econômica. Tania Silvestri cita, ainda, que ao longo de 2012 a performance de vendas do caminhão leve Accelo foi muito positiva. “No último, ano o Accelo figurou entre os modelos mais vendidos do mercado brasileiro”, aponta.

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As projeções para o ano de 2013 indicam que o mercado de caminhões voltará a crescer, podendo alcançar um aumento de 10%, avalia Alcides Cavalcanti, da Iveco