Por João Geraldo
Apesar de todo o ti-ti-ti e movimentação em torno da chegada dos caminhões com tecnologia equivalentes ao Euro 5, para atender as novas normas de emissões brasileiras, em vigor desde o primeiro dia de janeiro deste ano, os veículos desta nova fase do Programa Nacional de Controle Nacional de Veículos (Proconve) nada tem de complicado. Caminhão Euro 5 é muito mais do que um veículo menos poluente, mais seguro, confortável e fácil de ser dirigido, graças ao pacote tecnológico nele inserido. Um exemplo dos bons frutos advindos da tecnologia pode ser observado no Mercedes-Benz Axor 2644, um estradeiro com todos os requintes de um produto alinhado com os veículos de carga mais modernos do Brasil e de outros mercados mundiais.
Na versão Euro 5, o motor OM 457 de 11.967cm³, com seis cilindros em linha, ganhou 2,5% na potência, chegando a 439cv a 1.900rpm, e 2% no torque, com o máximo de 219,2 mkgf a 1.100 rpm. Para completar o trem de força, o modelo traz de série a caixa de câmbio automatizada de 16 marchas, a PowerShift, uma unidade já utilizada pelos modelos Actros equipados com motor a partir de 330cv , sem pedal de embreagem e sem anéis sincronizadores.
Trata-se de uma transmissão diferente da ConfortShif – unidade semi-automatizada e com pedal de embreagem, a qual exigia do motorista a seleção de marcha e um pouco mais de habilidade – usada no Axor Euro 3, produzido até 31 de dezembro de 2011, conforme permitiu a legislação brasileira do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Aliás, esta caixa continua a ser utilizada pelos modelos Axor fora-de-estrada.
Outro diferencial do Axor 2012 é o novo entreeixos de 3.600mm de série disponível nas versões com terceiro eixo, traçada ou não, embora exista a opção para 3.300mm. Com maior distância entre os eixos muda-se também a frequência do 3º eixo quando o veículo passa por buracos e irregularidades da pista aumentando o conforto dos ocupantes. Essa medida permite ainda a instalação de tanques de combustível maiores. De acordo com a engenharia da Mercedes-Benz, no caso do Axor pode se ter capacidade de até 820 litros, com duas unidades, uma de 230 e outra de 590 litros.
Ao rodar com o Axor 2644, atrelado a um bitrem lastreado no peso de balança, a PowerShift apresenta sem cerimônia sua avançada tecnologia e seu poder de facilitar a dirigibilidade de uma composição com 57 toneladas de PBTC. Seu sistema eletrônico incorpora sensor de câmbio que mede a inclinação do terreno e seleciona a marcha para o veículo entrar em movimento.
As trocas de marcha são realizadas automaticamente no momento mais adequado e mantém o veículo trafegando sempre na melhor marcha, além de tornar fácil também todas as demais operações, como arrancar, parar e outros tipos de manobras. A tecnologia tem o poder de eliminar em grande parte as possíveis diferenças entre motoristas, elevando o nível de condução. O resultado é o melhor custo operacional, meta buscada por todo transportador.
Um detalhe importante é a fácil visualização no painel de instrumentos da marcha engrenada e também a possibilidade do motorista intervir a qualquer momento na operação, e assumir o comando das trocas de marchas através de uma alavanca muito próxima a um joystick de videogame. Porém, no modo manual pode haver um maior consumo de combustível. Se ocorrer esta situação o motorista é alertado por uma luz verde no painel de instrumentos.
Apesar de toda a facilidade, existe um sistema de segurança para evitar condução de forma indevida. Informações no painel de instrumentos auxiliam o motorista durante a viagem, com funções que o ajudam a dirigir de maneira mais econômica, como a indicação do consumo instantâneo de combustível (em quilômetros/litro) e a faixa verde (econômetro) que indica a melhor rotação do motor para economizar diesel.
O segundo ponto de melhoria no caminhão está relacionado diretamente ao conforto do motorista e ocupantes. Atualmente, este item tem sido muito valorizado pelos frotistas, porque num melhor ambiente de trabalho o motorista cansa menos, fica menos estressado e se torna um profissional mais produtivo. Assim como o custo operacional, o conforto é outro item de grande importância e juntos são atualmente os dois principais focos dos fabricantes de caminhão. E como confirma o analista de marketing da linha Axor, Eder Oliveira, hoje o empresário e todo profissional do segmento de transporte estão de olho nestes aspectos.
Por conta disso, a Mercedes-Benz promoveu a substituição de todos os revestimentos internos da linha Axor, deixando o ambiente mais claro. O volante de quatro raios ganhou uma melhor empunhadura e houve um retrabalho geral na parte de revestimento para reduzir os níveis de ruídos internos na cabine. Os bancos foram redesenhados, a cortina e cama ganharam novo tecido e até o tapete de borracha foi trocado. O banco do carona também tem controle de regulagem de altura, como o do motorista, e o teto solar (item de série) tem controle elétrico para abrir e levantar.
Detalhe igualmente importante para o conforto é o trio elétrico, aparelho de ar condicionado, fechamento das portas com controle remoto, freio-motor Top Brake e freios a disco ou a tambor, de série. Completam o pacote freio ABS e computador de bordo, com planejamento da manutenção, controle do consumo de combustível e diagnóstico de falhas, além de preparação para instalação de rádio e alto-falantes.
Do lado de fora, a cabine ganhou nova identidade visual, idêntica à de toda a família de caminhões da marca. Isso inclui a grade frontal, com a estrela de três pontas posicionada bem ao centro das lâminas, estas mais largas. Para-choque, portas, parassol (na opção de cabine com teto baixo) e retrovisores angulares fazem parte do pacote visual no novo Axor e transmitem um ar de modernidade e leveza, sem perder a imponência de um caminhão extrapesado.