O emplacamento de 14.505 caminhões pesados em 2019, sendo o FH 540 6×4 o modelo mais vendido da marca, garantiu à Volvo a liderança pela sexta vez nos últimos oito anos. A marca avançou também no segmento de semipesados, representado pela linha VM, mas está ainda longe de ameaçar os dois principais concorrentes

Por João Geraldo

Assim como os demais fabricantes de caminhões pesados, a Volvo começou 2020 comemorando os resultados de vendas obtidos no ano passado. A euforia da montadora é um pouco mais contagiante que a dos seus concorrentes, especialmente por ter se destacado como a montadora que mais vendeu caminhões pesados no País em 2019. E como é fácil de imaginar, esta é a categoria mais lucrativa para as indústria do setor automotivo e também a que dá grande destaque à marca.

Desde 2012 a Volvo vem liderando o segmento no País em volume de licenciamentos, exceto em 2013, ano em que a Scania ficou na frente com 17.983 unidades pesadas, e em 2018, quando a Mercedes-Benz atingiu 9.956 unidades. Nesse período de oito anos, a marca entregou 78.701 unidades pesadas, sendo que 2019 foi o melhor ano da história da Volvo no Brasil, com 14.505 caminhões pesados (ano passado foram 9.138), conforme lembrou o presidente do Grupo Volvo na América Latina, Wilson Lirmann.

Ano passado, as concorrentes Mercedes-Benz e Scania registraram licenciamentos de 14.114 e 12.669 respectivamente. As demais fabricantes ficaram assim: MAN/Volkswagen 5.022 unidades, DAF 3.226, Iveco 2.022 e Ford, em seu último ano, 153 unidades. O caminhão pesado mais vendido da marca em 2019 no mercado brasileiro foi o FH 540 6×4, com 7.135 caminhões. “A preferência por esse caminhão se deve à robustez, alta disponibilidade, tecnologia de ponta e maior valor de revenda”, disse o diretor comercial de caminhões Volvo no Brasil, Alcides Cavalcanti. O modelo foi o mais licenciado também considerando todas as categorias do mercado brasileiro acima de 3,5 toneladas.

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Maior parte dos 7.135 FH 540 6×4 emplacados em 2019 transporta cargas do agronegócio

As comemorações da empresa estendem também ao crescimento 58,7% das vendas de caminhões pesados no Brasil (segundo maior mercado da Volvo no mundo)e 39% na América Latina, que absorveu 7.271 unidades do FH 540 6×4. Cavalcanti acrescentou que outro fator que contribuiu para o bom desempenho de vendas do 540 foi a introdução da tecnologia que reduziu em até 10% o consumo de diesel da linha FH.

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Vendas do VM avançaram, mas a Volvo ainda tem muito espaço para crescer no segmento de caminhões semipesados

Sobre o VM, Alcides Cavalcanti disse que o modelo conta com alto nível de qualidade e satisfação dos clientes, o que explica o crescimento do volume de emplacamentos.  No entanto, ele reconhece que os clientes ainda optam pelas marcas mais tradicionais do mercado, mas diz ter ciência de que a Volvo está no caminho certo que vai continuar desenvolvendo esse produto.

“Temos feito um trabalho nas praças com maior mercado para semipesados e também temos trazido pequenos clientes para conhecer o VM e as condições de compra. Quem experimenta o VM gosta e compra”, concluiu. Nesse segmento, foram emplacados 2.339 caminhões da linha VM (55,5% a mais do que em 2018).

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“Temos trazido pequenos clientes para conhecer o VM e as condições de compra. Quem experimenta gosta e compra”, Alcides Cavalcanti

FORA DE ESTRADA – Em 2019 a Volvo se destacou também nas vendas de caminhões vocacionais, aqueles que rodam maior parte do tempo ou tempo integral em terrenos fora de estrada, como operação na cana de açúcar, madeira, mineração e construção. Os veículos da marca esse segmento da linha FMX e segundo Cavalcanti, já representam 10% de todas as entregas da Volvo. Um dos clientes para esse produto foi a Suzano, produtora de celulose de eucalipto que comprou 19 unidades para tracionar composições com seis semirreboques totalizando 52 metros de comprimento e carregam até 200 toneladas por viagem. Esses conjuntos estão operando em estradas fechadas e fazendas de Eucalipto.

MERCADO EM 2020– O presidente da Volvo disse que também são boas as perspectivas 2020, especialmente pela expectativa da safra recorde de grãos, a retomada da indústria, do setor de construção e também do crescimento de consumo das famílias, além da infração e taxas de juros que continuam baixas. “São pontos que indicam um cenário positivo para o Brasil, embora existam ainda pontos de atenção tais como a lenta recuperação do emprego, incertezas do cenário internacional, baixa competitividade do Brasil no cenário global e o déficit fiscal”, acrescentou.

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Lirmann destacou também que a Volvo vai adicionar um 1 bilhão de reais sobre os 1,25 bilhão que já havia sido anunciado para o clico de 2020 -2023. Otimista, o executivo da Volvo acredita que haverá crescimento nas vendas de caminhões de todas as categorias, como por exemplo, de 15% em modelos acima de 16 toneladas de PBT, sendo maior avanço na categoria de semipesados.

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Caminhões da linha FMX, para operações fora de estrada, representaram 10% das vendas da Volvo no ano passado