Por João Geraldo

Durante os 28 dias, um caminhão Ford F-350 com cabine dupla e um baú motor-home foi o lar do engenheiro Elano de Almeida, mulher e filhos, todos de São Paulo, na aventura pela Bolívia, Peru, Chile, Argentina e Uruguai, num percurso de 12 mil quilômetros por todo tipo de rodovias e climas.

O grupo saiu do Brasil por Corumbá/MT (na fronteira com a Bolívia) e logo teve pela frente 150 quilômetros de cascalho e mais outros 480 de estrada cheia de buracos, atoleiros, valetas e desvios, onde caminhões trafegam à velocidades muito baixas devido ao estado precário da malha.

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A certa altura da viagem as chuvas e o terreno difícil obrigaram o grupo a usar corrente nos pneus do F-350. Nesta etapa foram quase 40 horas para percorrer outro trecho de 600 quilômetros. A primeira revisão preventiva do veículo aconteceu na capital boliviana (La Paz), antes da família Almeida seguir em direção ao Peru. Porém, antes de sair do território boliviano, o baú do caminhão foi atingido – algumas vezes – por pedras atiradas pelos grevistas, embora esta situação não tenha mudado a boa impressão deixada pelo povo.

A entrada no Perú foi de balsa, pelo lago Titicaca, e após conhecer as ruínas Incas e o Vale Sagrado, a família Almeida seguiu para o litoral chileno. Durante a viagem, o ar rarefeito em altitudes elevadas, que empobrecia a mistura ar/combustível, foi o maior problema enfrentado pelo grupo. Após passagem por Santiago os Almeida seguiram para a Argentina e depois Uruguai, antes de entrar novamente em solo brasileiro.

Quando parou o F-350 em frente sua casa, em Mogi das Cruzes/SP, o odômetro – zerado no início da viagem – marcava 12.207km. O objetivo dos seis membros da família era passar também pelo Paraguai, mas não foi possível. Apesar de terem visitado 29 cidades, algumas ficaram fora da rota por questão de segurança. Elano planeja ir à Patagônia, México e Venezuela na próxima aventura.