Cansaço e volante não combinam. Tanto é verdade que conforme dados da Polícia Rodoviária Federal dos 109.520 acidentes que ocorreram nas rodovias federais em 2004, 90% foram decorrentes de falha humana. Os motoristas de caminhão, por exemplo, chegam a dirigir 12 horas seguidas. Os motivos vão desde entregar a carga no horário determinado, como chegar mais cedo em casa.

O psicólogo clínico-hospitalar, diretor do Cepat – Centro de Psicologia Aplicada ao Trânsito e presidente da Avitran – Associação das Vítimas de Trânsito, Salomão Rabinovich, explica que o cansaço provoca um rebaixamento do estado de consciência, e a partir desse momento o motorista passa a dirigir de forma automática e sem segurança. Por isso, na maioria dos casos em que ocorre um acidente o motorista não consegue se lembrar dos segundos que antecederam aquela situação.

Com os motoristas de ônibus a situação não é diferente. Para garantir a segurança, conforto e a saúde de passageiros e motoristas, seguindo padrões internacionais de prevenção de acidentes, que determinam parada a cada duas horas, no máximo três horas, a Artesp (Agência Regula-dora de São Paulo), através da Portaria 9 publicada no dia 13/05, determina que viagens de ônibus com mais de 170 km, em linhas intermunicipais, terão parada obrigatória. O percurso máximo com uma só parada é de 339 km. A medida da Artesp não afetará a maioria das linhas que operam no Estado de São Paulo e obriga parada apenas para linhas com distância superior a 170 km. (DG)