Por João Geraldo

Os primeiros caminhões eletrônicos da marca Ford já estão em circulação. A montadora adotou o motor Cummins Interact 4, de 4 cilindros e 16 válvulas, com sistema de injeção common rail, a mais recente tecnologia para motores eletrônicos diesel adotada no mercado brasileiro.Os novos modelos Cargo são o 815S, C 1317, 1517 e 1717 da linha 2005, com 150 e 170cv, respectivamente.

A montadora considera a chegada dos primeiros quatro modelos eletrônicos uma primeira fase da “eletronização” de seus caminhões, uma vez que está previsto para o segundo semestre o lançamento do restante da linha Cargo e de toda a linha F. O lançamento ocorre em um momento em que a Ford apresentou um crescimento de produção e venda de todos os seus modelos na América do Sul. Nos médios, por exemplo, de 17 a 24 toneladas de PBT, as vendas cresceram 60,3%, enquanto o pesado C 4331 teve um avanço de 124%. Para completar o recorde de vendas da linha Cargo, o leve C 815 cresceu 40%.

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Por se tratar de uma nova linha de produtos, até mesmo para os mecânicos das 72 casas da rede distribuidora, a Ford teve de seguir o caminho trilhado por outras montadoras, isto é, investir em treinamento dos profissionais da rede capacitá-los ao atendimento pós-venda dos novos veículos, com mais de 10 mil horas de treinamento para vendedores e outras quase 11 mil para o pessoal da área técnica.

Além de ter a rede preparada, também é parte da estratégia da empresa a cessão de caminhões para test-drive, para que os clientes possam perceber as vantagens dos novos produtos. Para Flávio Padovan, diretor de vendas de caminhões, a rede de distribuidores é questão chave para o sucesso dos caminhões eletrônicos da marca. Uma fórmula para alavancar as vendas dos seus eletrônicos utilizada pela companhia é o prazo de financiamento em até 60 dias com outros 90 de carência para o pagamento da primeira parcela.

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Os motores da linha Cargo são engenhos de última geração que atendem a fase 5 do CONAMA, equivalente à Euro III, que passa a vigorar no Brasil a partir de janeiro de 2006. A exigência não é que os veículos tenham motor eletrônico e sim que atendam os níveis de emissões, os quais são obtidos atualmente, para motores de maiores potências, somente com auxílio da injeção eletrônica de diesel.
Como se sabe, o motor eletrônico tem um sistema de proteção que emite sinais de alerta e corta a potência em caso de falhas graves. Desta forma, o sistema evita que o veículo sofra danos em razão de operação indevida ou por falta de manutenção. Além disso, a central de gerenciamento eletrônico registra automaticamente todos os dados do motor, tais como consumo de combustível e desempenho do veículo.

Para atender a motorização eletrônica, o painel da linha Cargo teve de ser modificado, ganhou novo desenho e passou a ter 26 indicadores de advertência. Outros benefícios proporcionados pela nova motorização são o piloto automático e o acelerador eletrônico e, segundo a Ford, economia de 10% no consumo de combustível. O preço também cresceu em média 15% em relação aos modelos mecânicos. O C 815e está com o preço entre R$ 85 e 89 mil; o C 1317e, de R$ 105 a 109 mil, o C 1517e, de R$ 115 a 120 mil e o C 1717e, de R$ 123 a 125 mil. Com o lançamento dos eletrônicos, a Ford passa a contar agora com 19 modelos da linha Cargo, incluindo os mecânicos.