Por João Geraldo

Com potência máxima de 310cv gerados por um motor eletrônico de 9 litros e cinco cilindros, o cavalo-mecânico Scania P310 – lançado em outubro passado – chegou ao mercado para entrar na briga dos 43 toneladas de PBTC e também “fazer uma blindagem nos clientes da marca”, muitos dos quais poderiam migrar para outras marcas que passaram a oferecer produtos com preço e potência menores para fazer o mesmo trabalho dos modelos a partir de 380cv.

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O total de 52 unidades do P 310 vendidas entre o lançamento e o final de 2004 atendeu as previsões da empresa, que há alguns anos já tinha demonstrado interesse no mercado de 9 litros, embora na ocasião a aplicação como cavalo-mecânico para mais de 40 toneladas não fosse uma das metas da montadora. Porém, o fato de na época o motor ser mecânico e importado atrapalhou os planos da Scania. Agora o propulsor eletrônico é produzido em São Bernardo do Campo (no ABC paulista) e distribuído também para fábricas do grupo instaladas em várias partes do mundo.

Para mostrar que seu novo caminhão tem muito a oferecer aos transportadores de curtas e médias distâncias, a Scania cedeu à equipe da Revista O Carreteiro uma unidade atrelada a um semi-reboque de três eixos carregado com 27 toneladas de pedra para avaliação. No primeiro contato com o P 310, o carreteiro percebe logo que terá de se acostumar com o veículo, porque o motor surpreende.

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As retomadas e o alto torque em baixa rotação, por exemplo, deixam uma boa impressão ao motorista logo nos primeiros quilômetros rodados. O motor do P 310 tem cilindros com o mesmo diâmetro dos motores de 11 e 12 litros Scania, dos quais ele se deriva. A diferença é o curso do pistão e os dois eixos balanceadores que fazem o papel do sexto cilindro. No mais, trata-se de um motor que já atende as normas Conama P5 (Euro III) em níveis de ruídos e emissões.

Em velocidade média de 60 km/hora, o motor gira a 1000 rpm e a caixa de câmbio engrenada na oitava marcha leva o veículo em boa velocidade de cruzeiro, com engates suaves. São oito velocidades para frente mais uma crawler. As primeiras quatro marchas são curtas devido a faixa de torque ser baixa (item que ajuda a economizar combustível.) e a faixa verde do painel de instrumentos se posiciona entre 1.000 e 1.500 rpm. Em velocidade de 80km/hora (1.400rpm) o motorista usa apenas ¼ do curso do acelerador.

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Em velocidade média de 60 km/hora, o motor gira a 1000 rpm e a caixa de câmbio engrenada na oitava marcha leva o veículo em boa velocidade de cruzeiro, com engates suaves. São oito velocidades para frente mais uma crawler. As primeiras quatro marchas são curtas devido a faixa de torque ser baixa (item que ajuda a economizar combustível.) e a faixa verde do painel de instrumentos se posiciona entre 1.000 e 1.500 rpm. Em velocidade de 80km/hora (1.400rpm) o motorista usa apenas ¼ do curso do acelerador.

A marcha lenta gira na faixa de 550 a 600 rpm, como todos os demais modelos da marca com motores maiores. Assim também como em todos os modelos eletrônicos da marca, o acelerador manual – posicionado na chave de seta – serve também para manter o veículo na velocidade constante. Nos aclives, se o motorista estiver com o pé atolado no acelerador, o motor eletrônico emite um aviso sonoro para ele aliviar, mais isso não significa que o veículo vai reduzir a velocidade, porque o motor sustenta a velocidade dentro da mesma faixa de torque. Se, por acaso, o pé estiver apoiado sobre o pedal da embreagem o carreteiro é avisado também e da mesma forma o propulsor avisa com sinal sonoro se houver excesso de rotação.

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O P 310 é um caminhão para trechos entre 300 e 500 quilômetros, por isso é equipado com a cabine que a Scania chama de cabine dia. É pequena e apropriada para viagens curtas, apesar de que a versão leito está prevista para chegar às concessionárias este ano. Apesar do tamanho, é assentada sobre bolsas de ar e com bancos bem dimensionados. Estes itens a tornam uma cabine confortável e também silenciosa, em razão da boa vedação e do baixo índice de ruídos do motor.

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Na ocasião do lançamento do veículo, o diretor geral da unidade de vendas e serviços Scania Brasil, Christopher Podgorski, disse que o P 310 não pode ser comparado aos atuais modelos existentes do mercado (leia-se da Volkswagen e da Ford) e que os preços dos concorrentes vão subir em função da exigência tecnológica. Porém, deixa claro que a Scania não irá criar uma divisão de vendas para o P 310, porque ele está destinado ao cliente que conhece o produto Scania. Porém, a rede está preparada para dar atendimento ao veículo.

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A previsão é que durante este ano 11% dos motores 9 litros produzidos sejam exportados. Outros modelos fabricados no Brasil que utilizam o mesmo propulsor são o P230 e P270. Neste início de ano está previsto para equipar também ônibus. O preço sugerido do cavalo-mecânico P 310 em janeiro era de R$ 200 mil e a previsão da montadora é que o modelo represente 8% das vendas da marca (cerca de 400 unidades/ano) , em 2005.