Por Antônio Lauro Valdivia Neto Engenheiro de Transportes

Para ser considerado bom, o atalho tem que resultar em economia de custo e reduzir o tempo de viagem. Caso contrário, não é bom! Ou seja, nem sempre o percurso mais curto é o melhor, pois às vezes o atalho sai caro, ainda que isto seja uma exceção à regra geral. Esta foi a conclusão a que Moacir chegou após uma análise da sua situação.

Ele trabalha há anos com seu caminhão em uma rota fixa, mas em conversa com amigos acabou recebendo indicação de um atalho na sua rota. Pela dica que recebera, ele rodaria 25 quilômetros a menos e ainda ia economizar um pedágio.

Dois meses depois de estar usando o atalho, sua situação parecia ter piorado. E agora era ele quem tentava mostrar aos seus amigos que o atalho era um barco furado.

Não, Moacir, você está enganado. A regra é clara: quanto menor for o percurso, melhor. Ainda mais no seu caso, em que você acaba economizando um pedágio – diziam seus colegas.

E Moacir retrucava que de fato, na teoria, todos que operavam na rota deveriam estar levando alguma vantagem, pagando um pedágio a menos e deixando de rodar 25 quilômetros. Contudo, ele sabia que alguma coisa estava errada, pois desde que passou a utilizar o atalho as suas dívidas pareciam ter crescido.

E você tem razão, Moacir – disse Jorge, um amigo. Neste momento todos olharam para Jorge, espantados.

E Jorge prosseguiu:

Eu andei fazendo as contas e verifiquei que, apesar das vantagens de usar o atalho, as desvantagens fazem a gente gastar a mesma coisa, e como demoramos mais tempo pelo trajeto, acabamos fazendo menos viagens por mês e isso nos traz mais desvantagens. Vejam:

1193

Como o desvio é feito por uma estrada secundária, malconservada e de tráfego difícil, resulta em um consumo maior de combustível (pneus e peças de modo geral) e em um tempo maior de viagem, apesar dos 25 quilômetros rodados a menos. No final das contas, deixamos de ganhar a quantia de $ 270,00 por mês.

Conclusão:

Percorrer uma distância menor para chegar a um mesmo destino é, sem duvida alguma, uma forma de aumentar a produtividade no transporte. Entretanto, deve-se avaliar criteriosamente e com bastante cuidado se não houve aumento dos custos operacionais e no tempo da viagem. O raciocínio vale também para desvios que muitas vezes aumentam a distância percorrida, mas que no final das contas acabam reduzindo os custos e o tempo da viagem.

Portanto, atalhos e desvios são bons quando reduzem o custo da viagem e/ou se ganha tempo de forma significativa.