Por João Geraldo

Dos 206 veículos inscritos no Rally dos Sertões de 2004, disputado entre os primeiros 10 dias do mês de julho, o destaque é o crescimento no número de caminhões, que saltou de seis para 11 em relação ao ano passado. Com isso, a maior disputa entre os pesados deverá ser entre as marcas Mercedes-Benz e Volkswagen, que disputam com duas equipes cada, apoiadas pelas respectivas montadoras.

A Mercedes-Benz, bicampeã na categoria (em 2002 com o piloto André Azevedo e no ano passado com Carlos Salvini), entrou na disputa deste ano com dois modelos 1728 eletrônicos. “O diagnóstico eletrônico permite monitorar dados e fazer correções para prevenir falhas antes mesmo que elas apareçam. E isso facilita muito o trabalho dos mecânicos”, resume Azevedo.

Ele justifica que no rally os caminhões enfrentam buracos, areia, poeira, lama e diferenças de altitude e como os veículos são submetidos a variações de pressão atmosférica o motor eletrônico vai se regulando automaticamente e poupa o piloto, que por sua vez, pode se concentrar mais na prova.

Por outro lado, na equipe Volkswagen, que compete com três caminhões: dois 8.150 (motor de 460cv de potência) e um 15.180 (com 240cv), que será pilotado pelo engenheiro-mecânico e piloto Paulo Perin. Segundo ele, os sistemas são sensíveis e as intempéries da competição – que enfrenta terra, areia, lama e água -são desfavoráveis ao equipamento eletrônico. “Preferimos não arriscar. Se o rally fosse apenas em São Paulo, talvez o eletrônico fosse bem na competição”, explicou Perin, ao lembrar que o Sertões passa por lugares onde é difícil de encontrar qualquer tipo de socorro.

Perin, que já participou por duas vezes do Rally dos Sertões na Categoria Expedicion, corre este ano na equipe Yahn Racing, que tem também como pilotos os veteranos Alfredo Yahn e Luciano Cunha, que correm com modelos VW de oito toneladas (8.150) com motor de 4 cilindros e 460cv de potência.

Os caminhões Volkswagen vão competir com um diesel que tem em sua composição uma mistura de 7,7% de álcool anidro. A idéia é se ter um “biodiesel”, que polui menos que os outros combustíveis e com isso preservar o meio ambiente. Para usá-lo não foram necessário nenhuma alteração de componentes do motor.