Por João Geraldo
Desde o inicio de abril, as concessionárias da marca Scania começaram a receber os novos cavalos-mecânicos de 400cv de potência com uma pequena placa afixada na parte de baixo da lateral esquerda da cabina, com a seguinte inscrição estilizada: “EVolução”. Na realidade trata-se de um novo produto (ou pelo menos parte dele é nova), mas a montadora preferiu não fazer alarde a respeito do lançamento, o qual traz como novidade principal o motor totalmente eletrônico. Até então, o modelo comercializado era equipado com propulsor da mesma faixa de potência, com bomba injetora mecânica com gerenciamento eletrônico.
Entre os cavalos-mecânicos da linha Scania, o modelo com motor de 400cv (da série G, destinada ao transporte de cargas gerais em longas distâncias) representa 70% das vendas da marca. Trata-se, portanto de um campeão de vendas da marca e nada mais lógico do que “evoluir” tecnicamente, já que se situa numa faixa logo abaixo do modelo de 420cv totalmente eletrônico. Além disso, precisava atender os clientes desta faixa de potência que querem os benefícios da eletrônica. Isso sem contar que os produtos dos concorrentes já são eletrônicos há tempo. |
Para justificar a denominação “EVolução”, o veículo incorpora modificações sugeridas e pedidas por clientes da marca. E com isso, a motorização eletrônica trouxe de carona um novo turbo e um filtro de combustível com maior capacidade de reter impurezas do combustível, já que se trata de um veículo que circula por várias regiões e, consequentemente, sofre as penas das diferenças do diesel. |
Outra mudança foi a montagem do servo da embreagem fora do conjunto, uma providência que facilita e reduz o tempo das operações de reparo, que deve consumir pouco mais de uma hora de trabalho. Os eixos traseiros também foram substituídos por outros com 90 quilos mais leves, três centímetros mais distantes do solo, e equipados com filtros que prolongaram – diz a Scania – as trocas de óleo em até 60%, no caso de aplicação rodoviária. A linha EVolução oferece opção para tanques de alumínio com capacidade de 500 litros cada um (o de série é em plástico e recebe até 400 litros de diesel cada um). |
Antes do caminhão começar a ser comercializado nas revendas, a montadora cedeu para a Revista O Carreteiro uma unidade 6×4 atrelada a um bitrem graneleiro carregado de soja. Logo de início um aviso: o veículo não estava equipado com retarder (sistema auxiliar de freio), mas logo o freio motor mostrou sua utilidade, com maior eficiência a 2000rpm para segurar uma composição com quase 20 metros de comprimento e 56.700 quilos de PBTC (peso conferido na balança móvel da rodovia Índio Tibiriçá – SP-77), embora o equipamento não deveria ser dispensado em uma composição de tal porte, assim como a tração 6×4. |
O PBTC da composição exigiu uma tocada paciente para embalar o veículo aos poucos, conforme ganhava aceleração. O torque do motor eletrônico de 400cv merece elogios. Denominada DC 1202, a máquina apresenta um alto torque (2.000Nm a 1.100 rotações por minuto) o que reduz o número de trocas de marchas, porque se consegue sustentar cada marcha por mais tempo. Os técnicos da Scania confirmam que é o maior torque do mercado na sua faixa potência. Embora não seja equipado com suspensão a ar (item não disponível à classe G), o veículo oferece conforto para o motorista e acompanhante. É um carro silencioso e confortável, e a cabina – disponível nas versões R e T (sem e com capô, respectivamente) – também já conhecida dos profissionais da estrada, tem espaço suficiente para acomodar motorista e acompanhante. É silenciosa, elimina bem os ruídos externos, inclusive o do motor, e muito agradável quando se viaja com os vidros das janelas (com levantadores elétricos) fechados. Melhor ainda se acionar o aparelho de ar-condicionado. A novidade neste item é o sistema de basculamento que tornou a operação mais rápida. |
O painel de instrumentos – o mesmo dos outros modelos da série 4 – é completo, tem boa inclinação e é bem iluminado. O banco do motorista é assentado sobre uma bolsa de ar e o volante de direção ajustável é opcional, assim como os vidros com levantamento elétrico, trava elétrica e farol de milha. O leito tem dimensões para acomodar motorista de qualquer porte físico. As modificações não alteraram o preço do veículo e a versão básica do cavalo-mecânico modelo (R124 GA 4X2) tem preço sugerido pela fábrica de R$ 281 mil reais. |