Como se sabe, parar um veículo em movimento, com eficiência, é um problema, por isso os fabricantes de sistemas de freio, pastilhas, lonas e outros itens pesquisam constantemente e procuram meios, materiais para garantir maior eficiência e segurança na frenagem dos veículos.
No caso dos caminhões, a questão é mais delicada ainda, principalmente nos dias atuais, com os potentes cavalos mecânicos que tracionam composições com PBTCs superiores a 55 toneladas. A solução vem através de modernos sistemas desenvolvidos pelas montadoras tais como o Top Brake utilizado pelos Mercedes-Benz; o Retarder dos Scania ou o VEB dos pesados da marca Volvo, além dos respectivos sistemas de freio motor. Enfim, atualmente mudou o jeito de descer ladeiras carregado.
Como estes recursos estão presentes apenas em uma parte da frota, à outra resta os cuidados conhecidos dos carreteiros para evitar acidentes e incêndios nos caminhões provocados pelo superaquecimento do tambor de freio. Esta ocorrência se deve ao fato das sapatas forçarem as paredes do tambor e gerarem muito calor, o maior inimigo do sistema de frenagem do caminhão.
Este tipo de ocorrência costuma deixar suas marcas no tambor de freio. Temperaturas até 260 graus são consideradas normais e 420 o ponto máximo de tolerância. Acima desta temperatura, a parede do tambor de freio começa a ondular e seu material começa a se fundir com o da lona de freio. O resultado final são áreas ásperas, pontos azulados escuros e duros (espelhamento) além de tricas que exigem reusinagem do tambor.
Porém, certos cuidados podem ser úteis para evitar estas ocorrências e manter o tambor dentro das condições de segurança. Nunca deixar o freio auxiliar acionado ao estacionar o caminhão com o tambor quente é um deles. De acordo com os técnicos, quando a peça esfria ela se contrai e ao encontrar a resistência das sapatas/guarnições pode sofrer alteração em sua geometria, ou seja, ovalizar ou até mesmo sofrer rachadura.
Um tambor ovalizado é facilmente identificado pelo carreteiro, porque há uma pulsação no pedal de freio ao ser acionado. No caso da rachadura só se identifica o problema numa inspeção. Além disso, as condições de uso também provocam alterações na geometria do tambor de freio. A principal delas é o surgimento de elevação na parte central da peça, havendo a redução entre a guarnição e a parede do tambor. As elevações acima de um milímetro provocam a perda de eficiência das frenagens e também exige regulagens mais frequentes do sistema de freio do caminhão (JG).