Há décadas, os anúncios de caminhão, peças e serviços procuram destacar os disferenciais dos produtos em relação aos concorrentes. Alguns, de modo bastante criativo, iam além e chegavam até a demonstrar preocupação com a natureza

Por João Geraldo

Já no início da década de 1.970, a disputa pela preferência dos transportadores levava os fabricantes de caminhões a se prestar bastante de anúncios impressos em revistas como meio de atrair a atenção do público alvo para seus veículos e outros produtos. No texto a seguir destacamos dois exemplos com abordagens bem diferentes.

Um deles é o anúncio publicado na revista o Carreteiro, edição de maio de 1973, chamando atenção dos transportadores que o caminhão Dodge 700 acabava com o preconceito de que maior potência significava mais gasto com combustível. O modelo em questão era equipado com motor a gasolina de 196cv e torque de 42mkgf a 2.400rpm.

A justificativa que vinha em seguida citava que por ser mais potente e ter maior torque tratava-se, portanto, de um veículo rápido e forte para transportar mais carga. Na sequência, vinham informações técnicas como torque do motor, taxa de compressão e rotação menor, características que resultavam em economia de combustível e menor desgaste de peças.

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Outros destaques apontavam o chassi “super reforçado” em três opções de comprimento e com molejo traseiro de ação progressiva e eixo de dupla redução com acionamento elétrico. O discurso se estendia à cabine e rede de concessionários e finalizava com a frase: o Dodge 700 tem tudo a mais e gasta menos. Na ponta do lápis.

QUEBRA GALHO

Em outro anúncio, esse da Mercedes-Benz, o anúncio de vendas de peças genuínas da marca, publicado na edição de julho, do mesmo ano, com criatividade reunia a importância do uso de peças genuínas e trazia um alerta à preservação do meio ambiente. A mensagem vinha por intermédio da imagem de uma estrada com galhos enfileirados na pista de rolamento como recurso para alertar que havia veículo quebrado logo à frente, após a curva.

E em seguida, dizia o texto: – “Para quem gosta de quebrar galho, qualquer peça serve. Para outros, a Mercedes-Benz do Brasil S.A. recomenda o uso de peças genuínas testadas e aprovadas pela própria fábrica”. E finalizava: -“Seu Mercedes-Benz merece peças genuínas e nossas florestas merecem ser deixadas em paz”.

Ainda nos dias atuais, mesmo diante de toda a preocupação que se propaga existir com o meio ambiente e a preservação do verde, esse expediente de enfileirar galhos na pista para indicar que tem veículo quebrado à frente ainda é usado. Quem o faz obviamente está pensando na segurança, mas, na prática, está quebrando galhos.