Com o lançamento da nova geração, a Scania está mudando a sua forma de comercializar caminhão. A partir de agora, o veículo passa a ser o resultado de uma minuciosa e detalhada especificação técnica direcionada à operação para a qual se destina. Graças à conectividade, os modelos da marca poderão ter gestão sob medida, com acompanhamento feito pela fábrica da manutenção e dirigibilidade
Por João Geraldo
A nova geração Scania traz com ela uma forte relação com a conectividade para que os transportadores consigam obter maior rentabilidade na atividade. Pela proposta, o caminhão entregue ao cliente será o resultado de um alto nível de detalhamento técnico, para proporcionar o melhor resultado possível na operação. Além disso, a fábrica fará o acompanhamento do caminhão em sua atividade, indicando e antecipando tudo que for preciso em relação à manutenção, redução do tempo de parada para reparos, troca de óleo ou de peças. Em resumo, a gestão do veículo será praticamente por conta da Scania, que poderá interceder inclusive com dicas sobre a dirigibilidade para redução do consumo de combustível e poupar o equipamento.
Com o lançamento, cujos modelos começam a ser entregues em fevereiro de 2019, a Scania deixa claro que está passos à frente na conhecida prática das montadoras de oferecer caminhão e atendimento sob medida para a operação que o veículo se destina. Isso porque com a tecnologia da conectividade e a proposta da Scania, a nova geração promete tornar mais ajustado possível à realidade do transportador tanto a especificação do caminhão quanto o atendimento.
O processo começa na concessionária com a coleta de informações da operação para, então, o “vendedor” fazer uma detalhada especificação técnica do veículo. Tipo de cabine, eixos, trações, potências, implemento, programa de manutenção e solução financeira, entre outros. “Deixamos de ter lista de preços para termos um portifólio de aplicações, com o objetivo de reduzir custos e aumentar a rentabilidade do transportador” disse Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania Brasil. O executivo acrescentou que hoje já existe maturidade para se discutir qual o produto certo para reduzir custos e melhorar a receita.
Isso é facilitado pela tecnologia, a começar que todo caminhão Scania sai de fábrica com módulo eletrônico que lê dados como posicionamento no GPS, tempo do motor ligado, em marcha lenta, consumo e número de freadas entre outros parâmetros. Todas as informações são enviadas à fábrica e ao final da jornada os dados podem ser disponibilizados – em forma de pacotes – para o transportador.
O acompanhamento da operação inclui também, entre outros pontos, a melhoria do desempenho do motorista, apontando onde há necessidade de o profissional retirar o máximo na condução tanto na redução de consumo de diesel quanto no aspecto de poupar componentes do caminhão. Isso sem perder desempenho ou produtividade. “Em parceria com o cliente, a especificação proporciona um nível de detalhamento que o veículo passa a ser apenas mais um item. É possível montar no mínimo 500 alternativas de tipos de caminhões”, acrescentou Barral.
O diretor de serviços da Scania Brasil, Fábio Souza, destacou que na empresa não se fala mais em pós-vendas, e sim em serviços customizados num conceito mais amplo. O executivo reforçou que hoje a fábrica tem condições de entregar serviços customizados por veículo.
“A manutenção se manteve por décadas, mas com a conectividade, atualmente é possível se ter mais dados e transformá-los em informação para a empresa controlar toda a atividade do caminhão, indicando e antecipando o que precisa ser feito em termos de manutenção”.
Costa destacou que é possível melhorar também o desempenho do motorista, detalhando pontos da condução que podem ser melhorados para reduzir o consumo de diesel e poupar o caminhão sem perder produtividade. “A conectividade é um divisor de água que já está no dia a dia do setor de transporte. Ainda estamos na fase de dados, mas já faz uma grande diferença”, complementou, dizendo que a Scania vai encerrar 2018 com 15 mil veículos conectados no Brasil e 350 mil no mundo. O responsável pelos serviços conectado da Scania Brasil, Alex Barucco, reforça que tudo começa com a conectividade e quando se acerta os parâmetros do caminhão é mais fácil fazer o plano de manutenção sob medida.
Produzidos na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, os novos caminhões Scania são equipados com motores na faixa de potência de 220 a 620cv. Essa nova série, segundo a empresa, é resultado de um longo processo que exigiu alto investimento. Trata-se do maior investimento da empresa no Brasil. Serão 2,6 bilhões de reais até 2020 em instalações na fábrica, que começou a ser preparada dois anos do lançamento. De acordo com Celso Mendonça, gerente de pré-vendas Scania Brasil, a nova motorização, equipada com a tecnologia de alta pressão garante até 8% de redução de consumo de diesel em relação aos motores da linha P, G e R que está sendo substituída. “Somando-se todas as vantagens, a economia total de combustível poderá ser de até 12%”, acrescentou, incluindo 2% de ganho com a aerodinâmica e mais 2% das inovações em decorrência da nova geração da caixa de câmbio Opticruise, a qual equipa todos os modelos da nova linha.
A variedade de opções segue também em relação à motorização, com a oferta de cinco potências (220cv, 250cv e 280cv, dos motores de 7 litros), 280cv, 320cv e 360cv, dos motores de 9 litros), 410cv, 450cv, 500cv e 540cv, dos motores de 13 litros) 620cv do motor V8 de 16 litros, para o qual a cabine chamada de “S” tem 2,07 metros de altura entre o piso totalmente plano e o teto. Os novos motores, explicou Mendonça, além de consumirem menos diesel são mais silenciosos e emitem menos materiais particulados. “Tudo graças ao sistema de alta pressão de injeção de diesel com múltiplos pontos”, adicionou.
Junto com os novos caminhões a Scania vai disponibilizar também o PMS Fleet Care, um serviço de gestão de frota coordenado pela rede de concessionários da marca. Fábio Souza, diretor de serviços da Scania no Brasil, afirmou que para garantir e mensurar a disponibilidade de uma frota é necessário o uso de ferramentas inteligentes e que o Fleet Care é o novo aliado do cliente. PMS significa Programa de Manutenção Scania.
Ele explica que o serviço conta com cinco pilares principais, sendo o primeiro deles o Gestor de Frotas e cada cliente designado terá um para cuidar de seus veículos. Costa acrescentou que o segundo pilar é o Planejamento de Serviços, em que o gestor de frota vai garantir que o cronograma de manutenção e a utilização dos veículos sejam adaptados para atender a melhor forma possível o transportador. “O gestor vai saber tudo que a frota necessita, especialmente das manutenções preventivas e corretivas. Dessa forma, o cliente não precisará investir em alguém que faça o planejamento de consertos de seus caminhões”, acrescentou.
Outro pilar do Fleet Care são os caminhões conectados No Brasil serão 15 mil no final deste ano) e com Programa de Manutenção Scania. No caso dos PMS com Planos Flexíveis, a manutenção é feita de acordo com a operação de cada veículo. “Essa vantagem representa paradas otimizadas e serviço correto. O Plano Flexível pode reduzir em até 16% o custo da manutenção e aumentar em 20% a disponibilidade do veículo”, acrescentou Costa.
O quarto pilar é o motorista, porque o sistema de gestão detecta qual o jeito de dirigir que pode afetar esse ponto. Em conjunto com a concessionária, o gestor de frota consegue oferecer treinamento e acompanhamento adequado. Pelos estudos da Scania, o motorista bem treinado aumenta a disponibilidade do veículo e reduz em 10% o consumo de combustível.
Finalmente, o quinto pilar do Fleet Care é a conexão entre o transportador e todas as oficinas da rede Scania no Brasil, e também com os Serviços Dedicados, eventuais estruturas dentro de instalações de transportadores. O objetivo é garantir desde o agendamento e planejamento dos recursos das oficinas para que o veículo fique o menor tempo possível parado em manutenção. “Essa gestão compartilhada permite até 75% de redução de tempo de permanência de oficina”, finalizou Fábio Costa.
TUDO NOVO NA NOVA GERAÇÃO
Desde 1995, quando lançou os caminhões P, G e R), a Scania aplicou atualizações em três ocasiões: 2004, 2008 e 2013. Porém, desta vez tudo é novo. As cabines, por exemplo, tiveram aerodinâmica desenvolvida e testada em túnel de vento para reduzir consumo de diesel e são disponibilizadas em 19 tipos e variadas opções de configuração. De acordo com a fabricante, junto com a nova motorização a nova geração de caminhões está pronta para atender 380 aplicações de transporte.