Presente no mercado brasileiro desde 2013, os caminhões DAF caíram no gosto dos transportadores de tal modo que a escalada da marca no País desconhece resultados negativos. E mesmo diante da queda de produção e vendas da indústria em 2020, por causa da pandemia, os números da marca continuaram crescendo. Para o diretor comercial da DAF Caminhões, Luis Gambim, o resultado positivo conquistado ano após ano se deve à qualidade dos produtos da marca, planejamento, estratégia, relacionamento e experiência da marca outros fatores.
Revista O Carreteiro – A DAF é a única fabricante de caminhões instalada no País que registrou crescimento no volume de emplacamento de caminhões pesados em 2020. A que você atribui o resultado positivo, já que a os efeitos da pandemia afetaram toda a indústria automotiva e a cadeia de fornecedores?
Luis Gambim – A DAF cresceu 18% em 2020, em comparação a 2019. Este resultado é consequência de um trabalho que iniciamos em 2013, quando começamos a fabricar caminhões no Brasil. Desde então, aos poucos, fomos estabelecendo relacionamentos importantes com clientes, fortalecendo nossa rede de concessionárias, aprimorando o nosso pós-venda e, tão importante quanto as ações que citei, produzindo caminhões de qualidade superior, robustos e com baixo custo operacional. Esta base nos deu segurança para ultrapassar este período de pandemia com impactos menores do que o mercado sofreu.
O Carreteiro – O resultado alcançado pela DAF em 2020 chegou a surpreender ou o acompanhamento mês a mês durante o ano passado mês já apontava terminar o ano com crescimento?
Gambim – Os nossos resultados foram motivo de comemoração, mas não de surpresa. Já planejávamos um desempenho muito positivo em 2020, superando em mais de 20% os resultados de 2019, mas a situação gerada pela pandemia nos colocou um pouco abaixo da meta, mesmo com o desempenho positivo. Fazemos um acompanhamento semanal do nosso desempenho de vendas, revendo a estratégia e concentrando esforços em atingir os nossos objetivos.
O Carreteiro – Quanto do resultado positivo se deve ao novo DAF XF lançado no segundo semestre do ano passado?
Gambim – O Novo XF chegou com uma ótima aceitação dos nossos clientes interessados no brilhante projeto que desenvolvemos, agregando tecnologia e ainda mais economia de combustível. Os caminhões chegaram à rede em setembro e as primeiras unidades começaram a ser entregues aos clientes no mês seguinte. Portanto, não podemos atribuir o bom desempenho em 2020 somente ao lançamento, visto que na comparação com o modelo anterior, entregamos o Novo XF em pouco mais de dois meses.
O Carreteiro – O que os clientes estão falando do novo caminhão?
Gambim – Estamos recebendo muitos elogios, principalmente sobre a economia de combustível e o pacote de tecnologias que o novo caminhão tem. Conseguimos no Novo XF manter o nosso DNA de qualidade, fácil manutenção e robustez, agregando ainda mais economia, segurança, tecnologia e conforto. Esse é o nosso grande diferencial.
O Carreteiro – Desde de o inicio de produção no País, ao final de 2013, a DAF só cresceu, mesmo no período mais difícil da crise econômica. A que você atribui essa constante evolução da marca?
Gambim – Planejamento. A DAF faz parte de um grupo centenário, a PACCAR, referência em gestão em todo o mundo, enfrentando nessas décadas de história diversas situações de crise a adversidades. A união desta experiência com o time local, altamente qualificado, permitiu que a DAF crescesse aos poucos, mas sempre crescendo sob uma base que sustentasse as nossas qualidades. Essa visão de longo prazo planejada é essencial para os resultados que conquistamos.
O Carreteiro – Outra questão a favor da marca é valorização dos seminovos. O XF 105 está entre os três caminhões pesados mais valorizados do mercado. A procura maior que a oferta de modelos de usados seria uma das causas?
Gambim – Essa é uma das explicações, mas a principal é a qualidade do caminhão. Acompanhamos os primeiros modelos vendidos no Brasil, que já passam de 1 milhão de quilômetros rodados, somente com manutenção preventiva e troca de peças que se desgastaram com o uso. O caminhão DAF têm a fama de não quebrar e esse é, certamente, um fator que eleva a procura pelos nossos modelos usados.
O Carreteiro – Você está otimista quanto ao mercado geral de caminhões em 2021?
Gambim – Sim. Temos desafios importantes neste ano, ainda relacionados à pandemia e também ao câmbio. Mas acreditamos na retomada gradual do mercado e no aumento da nossa participação de mercado no Brasil. Temos um produto competitivo, uma rede madura e um pós-venda constantemente em evolução, que nos dão fôlego para crescer ainda mais em 2021.