O mercado de reforma de pneus é uma das atividades mais importantes do País, atingindo aproximadamente oito milhões de pneus de carga/ano destinados a caminhões e ônibus. Estima-se que a economia gerada para o setor de transporte chegue anualmente a R$ 7 bilhões, além da redução no impacto ao meio ambiente causado pela destinação correta das carcaças. Além disso, a reforma proporciona redução de 57 litros de petróleo por pneu reformado. Atualmente o setor de reformas no País ocupa a segunda posição no mercado mundial, atrás apenas dos Estados Unidos.
Dentro desse cenário positivo e promissor, o setor conta com mais de 1.200 reformadores em atividade, totalizando cerca de 5.000 micro e pequenas empresas. Boa parte deles disponibiliza produtos com tecnologia e qualidade tornando esse mercado ainda mais competitivo. Para se destacar as empresas apostam em ações como relacionamento com o cliente, atendimento e garantia, além conviverem com o desafio de manter a boa imagem no setor e serem criativas para disponibilizar produto e serviço diferenciados.
Para o diretor comercial Bridgestone Bandag, Marcos Aoki, além de um excelente produto é muito importante apresentar soluções diferenciadas, com uma rede próxima ao cliente. “Temos apostado na oferta de serviços para o cliente final como forma de agregar valor para os motoristas. Para isso criamos os BTS (Bandag Truck Service), que oferece serviços altamente qualificados para manutenção completa dos veículos, otimizando o tempo de parada, além de estar presente em pontos estratégicos das rodovias brasileiras”, afirma. Os centros BTS disponibilizam pneus novos, serviços de suspensão, de lubrificação, acessórios.
A tendência do setor de pneus, conforme explica Aoki, é o cuidado com o ciclo de vida total do produto, pneu novo, recapagem e serviços em geral. “Neste cenário, a recapagem tem um peso muito forte. Um pneu de carga recapado emprega apenas 20% do material utilizado na produção de um novo. Na planilha de custo de grandes frotas e para o autônomo, o pneu tem forte impacto, portanto, o cuidado com todos os estágios do ciclo de vida do produto é extremamente importante”, destacou.
Na opinião de Ernani Santos Filho, gerente de marketing da Pirelli, para pneus de caminhão e ônibus, os pontos cruciais para manter a fidelidade do cliente são atendê-lo de maneira rápida e eficiente e investir no desenvolvimento de produtos mais tecnológicos. “Estar presente, orientando e demostrando aos motoristas, transportadores e frotas as melhores práticas por meio de uma força de vendas focada e treinada, além de possuir uma vasta rede de Truck Center e de serviços destinados ao segmento, também são fatores fundamentais à fidelização dos usuários e clientes da nossa marca”, complementou.
Para a Vipal, oferecer produtos com qualidade é fundamental, mas este não é o único aspecto importante para os clientes, que são as reformadoras parceiras de Vipal Rede Autorizada. “Fatores como estar junto ao cliente, entender suas necessidades e abrir diálogo para a resolução de soluções, são também essenciais”, destacou Guilherme José Rizzotto, diretor comercial e marketing. Atualmente, já são 300 reformadoras na América Latina, integrando a Rede de Autorizadas Vipal, sendo 225 delas no Brasil.
Além do mix de produtos, a rede dispõe de serviços como o Programa de Orientação ao Tansportador (Protrans), e o Cartão BNDES, que permite ao transportador reformar seus pneus em até 48 meses. A empresa investe também na capacitação através da UniVipal – como curso de extensão pelo MEC – além do Centro Técnico Vicencio Paludo, programa Km de Vantagens dos postos Ipiranga e da Reforma Qualificada e Garantida (RQG).
Em relação à tendência do setor, Rizzotto acredita que apesar do País estar vivendo um momento complexo da economia, é preciso investir em infraestrutura e outros temas sociais. “É necessário ter criatividade para se buscar soluções inovadoras, de modo que seja possível atravessar esse período. Por outro lado, o modal rodoviário no Brasil é expressivo e precisa de pneus para que as mercadorias cheguem ao destino”, conclui.
Para o diretor comercial da Moreflex, Saulo Gonçalves, a tendência do setor é o acirramento da concorrência, exigindo cada vez mais a busca constante em atender as necessidades dos clientes. “Para atender as expectativas dos transportadores, um produto deve levar em conta o melhor custo benefício, portanto, além do melhor rendimento quilométrico, temos que ter o melhor custo quilométrico”, explica. Ainda de acordo com Gonçalves, a reforma de pneus é um serviço e a melhor estratégia para manter a fidelidade do cliente é ter o melhor atendimento, com profissionais capacitados e focados em buscar sempre a melhor forma de atender as necessidades do transportador.
Na Michelin, o diretor de marketing e vendas de pneus de caminhão e ônibus da para a America do Sul, Feliciano Almeida, destaca que em um ano difícil como está sendo 2015, a empresa vai tentar acompanhar o mercado fazendo propostas de valor que contribuam para os negócios dos clientes da marca. “É neste momento de maior dificuldade que a tecnologia – a favor da excelência e performance – é ainda mais valorizada pelos usuários, como rendimento quilométrico e a capacidade de recauchutagem”, diz o executivo destacando que a empresa tem oferta imbatível neste quesito. A Michelin conta os sistemas de reforma Recamic e Refill, sendo este segundo um processo lançado em 2007 exclusivo para pneus da marca Michelin.
Para Fabiano Fratta, gerente comercial da Tipler – empresa que acaba de completar 40 anos de mercado-, o rendimento quilométrico é o resultado da escolha de um produto de qualidade e passa pela combinação do composto de borracha empregado para a fabricação da banda, pela escultura e profundidade de sulco do desenho alinhado às necessidades
específicas da operação. “A escolha errada afeta diretamente o desempenho, além de comprometer a média de consumo de combustível. A Tipler possui equipe preparada para orientar na escolha do desenho, além de um portifólio completo para atender à todas as necessidades do segmento de transporte”, explica.
Rendimento quilométrico, produtos e serviços que preserve a carcaça na recapagem e durante a vida útil total do pneus, são alguns dos itens levados em consideração no momento do desenvolvimento de um novo produto, conforme explicou a DPaschoal. “O objetivo principal do nosso cliente é transportar e entregar com agilidade, eficiência, pontualidade e segurança para a carga, pessoas, funcionários (motoristas, ajudantes, etc) e demais que trafegam nas rodovias, com menor custo possível. Para isso, desenvolvemos cuidadosamente o produto com nossos parceiros e verificamos a sua eficácia em laboratórios independentes e no campo”, explica André Luis Teixeira, Recmaxx-regional recapagem.
André Teixeira, gerente de recapagem da DPaschoal, empresa que tem as bandas exclusivas Recmaxx, destaca que os produtos são desenvolvidos cuidadosamente junto com seus parceiros e a eficácia dos produtos é verificada em laboratórios independentes e no campo. “Também optamos pelo melhor sistema de conserto de pneus do mercado, o Permafix. Queremos reduzir o custo do transportador consertando o pneu danificado sem abrir mão, em momento algum, da qualidade e da segurança que o pneu exige”, acrescenta.
Ainda de acordo com Teixeira, a agilidade na coleta e na entrega dos pneus recapados é importante, pois todos trabalham com estoques reduzidos. “A DPaschoal, com 10 unidades de recapagem localizadas estrategicamente, atende com agilidade necessária para fidelizar
o cliente”, diz. Ele lembra também que a empresa tem diferenciais para os clientes autônomos e frotistas. “Temos mais de 20 truck center’s localizados de forma estratégica nos principais mercados do Brasil e com pessoal altamente treinado”, explica. A DPaschoal
tem parceria com mais de 90 borracharias credenciadas e Reccenters para atender em cidades onde não há um truck center. Clientes autônomos contam com um programa de fidelidade chamado Truckcard, enquanto os frotistas têm o Maxxmilhas. “Hojhe, nossa carteira de clientes é bastante dividida, com uma parcela um pouco maior de autônomos”, conclui Teixeira.