Por João Geraldo
A chegada dos sistemas de rastreamento e monitoramento, aplicados mais por segurança do que por logística, ganhou espaço rapidamente no setor e tirou a sensação de “liberdade” que ainda restava ao carreteiro. Por outro lado, ele passou a dirigir caminhões mais confortáveis e seguros, que poderiam, inclusive, informar sobre seu funcionamento e a forma como é conduzido.
Em meados dos anos 90, surgiu o modelo de concessões de rodovias, para fazer o que deveria ser feito pelos governos federal e estadual, a fim de cuidar e manter as estradas em boas condições para o fluxo de veículos. Os postos de pedágio e a cobrança da taxa por eixo caíram como um balde de água gelada na cabeça dos transportadores. A primeira rodovia a ser administrada por empresa privada foi a Presidente Dutra, em 1996.
Enquanto passaram os anos, o caminhão do autônomo foi ficando cada vez mais velho e menos eficiente, fator que enfraqueceu a categoria. Sem ter como trocar o “bruto”, a saída foi manter o veículo velho, num processo que elevou ainda mais a idade média da frota. Os planos lançados pelo governo com a proposta de ajudar os motoristas de caminhão a renovar a frota não surtiram o efeito esperado, e só recentemente, com a redução das taxas e o aumento no número de parcelas do financiamento, é que os motoristas autônomos começaram a pensar em trocar o veículo para se manter na profissão.