Domingo, 13 de março de 2016, vai ficar marcado na história como o dia em que aconteceu a maior manifestação da história do Brasil. O povo saiu às ruas para pedir mudanças na condução da economia e da política, num movimento que aconteceu em mais de 300 cidades de 26 Estados e o Distrito Federal. Segundo a Polícia Militar, mais de 3,5 milhões de pessoas participaram dos protestos, mas na conta dos organizadores o número de manifestantes chegou a 6,9 milhões, cuja maioria vestiu as cores da bandeira brasileira, como sinal de patriotismo.
Os manifestantes foram às ruas num momento em que o Brasil está praticamente parado e enfrenta forte recessão que tem causado queda na produção de bens. O desemprego está aumentando, os juros altos e o País perdendo a credibilidade diante da comunidade internacional, entre outros males.
Diante dos acontecimentos, a maior parte da população brasileira sente hoje total falta de confiança na capacidade do atual governo em corrigir os rumos da economia, da política e fazer as mudanças necessárias para que o País volte a crescer e a se modernizar.
O setor do transporte rodoviário de cargas, por exemplo – tido como um dos termômetros da economia – encontra-se fortemente afetado pela crise. O impacto atingiu em cheio também a indústria de caminhões, a qual amargou retração nas vendas de 47,7% em 2015 e continua em queda, resultando em redução da produção e demissões de empregados. Com isso, as empresas fornecedoras de componentes também se viram obrigadas a seguir pelo mesmo caminho.
Os problemas na economia e na política se tornam mais graves ainda pela constatação do envolvimento de políticos e empresários em atos considerados ilícitos, conforme tem apurado a Polícia Federal através de operações como a Lava-Jato e outras em curso. Constatações de pagamentos e desvios de grandes somas em dinheiro estão entre os fatos que contribuíram para acirrar a revolta da população.
Por conta disso, e outras informações de relevância, inclusive através de delação premiada, motivaram milhões de pessoas ir às ruas para pedir também e, principalmente, a saída do cargo da presidente da República, Dilma Rousseff; o fim da corrupção em curso no Brasil e a prisão de pessoas investigadas sob suspeita de terem sido beneficiadas por empreiteiras e outras empresas, enquanto ocupava o cargo de presidente da república.
Numa demonstração de civilidade e respeito à ordem, em todos os pontos do País, as manifestações transcorreram de forma pacífica, sem confrontos ou enfrentamentos entre simpatizantes de diferentes partidos ou com agentes de segurança. O movimento, que aconteceu de forma pacífica e dentro das regras da democracia, sinalizou mais uma vez que o povo brasileiro quer de fato mudanças e tem esperança de um futuro melhor.