Por Edmilson de Souza
Anualmente, são mais de 100 milhões de toneladas de cargas que passam pelos dois principais portos do Brasil, o de Santos, em São Paulo, e de Paranaguá, no litoral paranaense. Para movimentar tanta carga, são empregados frotas gigantes de veículos, num eterno vai-e-vem de caminhões com tudo quanto é tipo de carga que chega e parte para todos os destinos.
O Porto de Santos foi um dos primeiros atracadouros do País. Através dos séculos cresceu, se encorpou, até se tornar um dos maiores do mundo. Ajudou muito a economia do Estado de São Paulo e do Brasil e é o maior do País e da América Latina. Movimenta tanto veículo pesado que em apenas um dia chegou ao pico de nove mil caminhões. Ainda em fase de crescimento, o porto paulista promete para o futuro uma capacidade superior a 120 milhões de toneladas de mercadorias.
Atualmente são 7.700.000 metros quadrados de área total, com cais de 13.013 metros de extensão. De janeiro a julho de 2005, atracaram 2.666 navios no porto e por dia circulam, em sua área, entre cinco e seis mil caminhões. No ano de 2004, foram movimentadas 67,6 milhões de toneladas de cargas, no valor de US$ 42,9 bilhões, cerca de 27% da Balança Comercial Brasileira.
Destacaram-se em 2004 os embarques de açúcar, farelo de soja, produtos siderúrgicos e álcool. O Porto de Santos diversifica também, pois estimula a cabotagem, navegação entre os portos brasileiros, uma alternativa para levar mercadorias do Sudeste para o Nordeste via mar. Despacha ainda cargas geradas pelos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, norte do Paraná e de países como a Bolívia e o Paraguai.
Para desafogar o trânsito de veículos, há um Centro Integrado de Transportes para caminhões, numa área de 680 mil m2 , com central de fretes, implantado no quilômetro 40, da Via Anchieta, com capacidade para até 120 carretas. É uma base para os caminhões antes da descida para a Baixada Santista.
Há ainda mais dois pátios: um no quilômetro 57 da Anchieta e outro no 59 da Imigrantes com espaços para 200 carretas. Com o pé no futuro, o Porto se prepara para os novos tempos. O projeto Barnabé-Bagres, de longo prazo, que é chamado Porto do Futuro, será totalmente planejado para o mínimo impacto ambiental aos modernos conceitos de infra-estrutura portuária, com recursos estimados em R$ 2 bilhões. Com a união das duas ilhas Barnabé e Bagres serão construídos armazéns, silos, pátios, tancagens etc.
O Porto de Paranaguá, por sua vez, é o principal porto graneleiro da América Latina. Com o nome de Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – APPA, hoje possui uma área de 282.800 m2, com projeto de chegar em sua área primária a 2.156.821 m2 . Tal envergadura se dá pelas dimensões da movimentação de cargas no local. Segundo a sua administração, ele é o primeiro da América Latina na exportação de grãos e o segundo na movimentação. Perde apenas para o de Santos/SP. A receita cambial gerada pelo porto representa cerca de 90% do total do Paraná.
O cais chega a se estender por 2,6 km de extensão. É o principal portão de embarque da soja produzida no Brasil para o mercado externo. Recebe cargas provenientes de todo o Estado do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, São Paulo, Rio Grande do Sul e países como a Bolívia, Argentina e Paraguai.
A média diária de movimentação de cargas chega a 100 mil toneladas. A cada ano são recebidos cerca de 300 mil caminhões e mais de 2,5 mil navios atracam no caís. Um total de 700 funcionários e quase 10 mil trabalhadores autônomos como estivadores, conferentes, consertadores, vigias etc, tornam o lugar uma verdadeira cidade.
O ponto de maior crítica no atracadouro de Paranaguá eram as longas filas de caminhões na época do pico da safra de grãos, com congestionamentos de até 100 quilômetros que deixavam os carreteiros desesperados. Porém, segundo a administração do porto, os congestionamentos não existirão mais. Um terreno de 296 mil m2 pertencente à extinta Rede Ferroviária Federal será adquirido e usado como pátio auxiliar e junto com uma medida para limitar o horário de permanência máxima, de 48 horas, das carretas no pátio. Outra é a construção de um novo silo graneleiro evitando que caminhões sejam silos ambulantes.