Por João Geraldo
Da mesma maneira como há duas décadas muita gente não acreditaria nos possíveis ‘milagres’ de certas tecnologias, seria muito normal se a maioria dos transportadores rodoviários de cargas também achasse pura conversa quando se falasse em controle de pneus da maneira como é possível fazer hoje em dia com os recursos da eletrônica. Tudo com o objetivo de fazer o mesmo pneu rodar por mais tempo e, por consequência, reduzir o custo do transportador com esse item que representa a segunda maior despesa do transporte, na maioria dos casos.
Independente das práticas tradicionais como alinhamento e balanceamento das rodas e com calibragem correta, entre outras recomendações, o pneu produzido atualmente tem maior durabilidade. No setor de transportes, os radiais têm sido apontados como um dos principais responsáveis pela maior vida útil. “Há uma forte tendência de radialização dos pneus para atender os novos veículos. Se compararmos os modelos de 20 ou 30 anos atrás, os veículos que temos disponíveis hoje no mercado possuem motorização mais forte e capacidade de carga maior”, destaca Fábio Garcia, gerente de marketing de pneus comerciais da Goodyear no Brasil.
Além dos serviços e assistência técnica prestada aos clientes da marca, como orientação sobre o pneu correto de acordo com a aplicação, cursos e treinamentos, a empresa disponibiliza ferramentas e softwares exclusivos para o gerenciamento dos pneus. O Tire IQ, por exemplo, é um sistema de controle que utiliza um chip eletrônico em cada pneu que transmite informações sobre o status de cada unidade monitorada para um sistema de gerenciamento online.
“Esse sistema monitora eletronicamente e com precisão os dados relativos à quilometragem, posição no veículo, profundidade de sulco e pressão, entre outras informações”, explica Garcia. Essa tecnologia, acrescenta, possibilita o acesso a informações confiáveis sobre a manutenção, reposição, desgaste e pressão de ar, dados que orientam a tomada de decisão. “O sistema também permite identificar se o pneu que está no caminhão é o que foi originalmente montado, inibindo furtos”, conclui.
Por conta do chip no pneu hoje em dia já se fala também em pneus eletrônicos, caso da Bridgestone Bandag em relação à utilização da Radio Frequency Indetification (RFID), na prática, identificação por rádio frequência para a captura de dados, também através de chip instalado no pneu de carga, tanto no novo quanto no usado. O gerente de marketing da empresa, Ricardo Drygalla, lembra da Fenatran de 2011, quando a Bridgestone tratou o tema “Transporte na rota da Sustentabilidade” no qual se explorou o conceito de sistematização como forma de otimizar o desempenho e melhorar a eficiência de durabilidade dos pneus.
Na ocasião foi lançado o RFID Gate, que começou a ser utilizado em fevereiro deste ano e a leitura dos pneus passou a ser feita individualmente no momento em que o caminhão passa pelo portão da transportadora, onde o equipamento de leitura está instalado. “Desta maneira, torna-se possível identificar todos os pneus do veículo simultaneamente, otimizando a gestão”, comenta Drygalla. Ele acrescenta que o chip possibilita além de monitorar todo o pneu, como necessidade de calibragem, troca, profundidade de sulcos etc, promover ganho no consumo de combustível e de desempenho do motor e tudo isso contribui com a redução de emissões de poluentes.
