Por Katia Siqueira

Empresários do setor de consórcio estão satisfeitos com o crescimento do setor, tanto em número de quotas vendidas, quanto em participantes ativos. “Estamos apostando em um crescimento de 10% para este ano sobre o resultado do ano passado, quando contemplamos 21.090 consorciados e fechamos com 117.958 participantes ativos e 42.400 quotas comercializadas”, contabiliza Consuelo Amorim, presidente da Abac – Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios.

De acordo com ela, de janeiro a março deste ano o sistema contemplou 4.958 consorciados e registrou queda de 4% sobre as 5.191 contemplações de igual período de 2003. “O motivo é a menor oferta de lances, que refletiu a falta de dinheiro no mercado”, explica. No primeiro trimestre deste ano, o sistema de consórcio registrou um crescimento de 7% no número de participantes ativos e 9,8% no volume de quotas vendidas em igual período, ou seja, alcançou a casa das 8.749 unidades.

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O Consórcio Nacional Volkswagen, por exemplo, lançou no ano passado o Consórcio Flexível que permite ao cliente optar pelo valor da parcela de acordo com o seu fluxo de caixa. “Um autônomo que tem no período de safra, que vai de janeiro a junho, sua maior receita, pode programar pagamentos menores fora da safra e compensar depois quando a carteira de fretes melhorar”, explica Cid Manechini, gerente de vendas caminhões.

Segundo o executivo, a carteira de consórcio representa 22% da venda mensal da marca, mas a meta é chegar nos 40%. “Tem frotista que usa a modalidade como poupança. Para o autônomo já é mais difícil, porque ele precisa do caminhão para quitar as prestações”.

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Cansada de esperar pelo Modercarga, a diretoria do Setcesp – Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo em parceria com o Mercabenco – Mercantil e Administradora de Bens e Consórcios (resultado da associação de cinco das maiores concessionárias Mercedes-Benz no Brasil) resolveram lançar plano próprio de renovação de frota que contempla os associados da entidade.
Com juros de 8% ao ano, o Plano para Aquisição de Frota, lançado em março de 2004, fechou um grupo de 200 consorciados e já está na 2ª Assembléia e entregou 12 cartas de crédito (duas por sorteio e 10 por lance). “Com a carta crédito, o contemplado pode adquirir caminhões e equipamentos de qualquer marca. Esta modalidade de aquisição de veículos, mesmo que tivesse uma taxa de administração de 13% seria ainda mais barata do que o Finame, o leasing ou qualquer outra modalidade” exemplificou o presidente do Setcesp, Urubatan Helou.

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O Consórcio Nacional Volvo lançou em outubro de 2003 uma modalidade que permite ao carreteiro pagar parcelas mensais de 0,75% do valor do bem até a contemplação. “Nós sabemos quanto é difícil para o autônomo obter crédito no mercado para comprar um veículo, é por isso que criamos essa modalidade”, diz Márcio Pedroso, diretor de operações da Volvo Serviços Financeiros.

Ele conta que a empresa acaba de lançar uma carreta Show que vai percorrer as exposições, postos de serviços e concessionários promovendo o consórcio da marca. A categoria tem uma taxa de administração de 0,10% do valor do bem, fundo de reserva de 0,20% e um seguro pessoal chave que quita o saldo devedor do cliente em caso de morte ou invalidez permanente. Com uma carteira ativa de nove mil consorciados, a empresa contempla em média 150 clientes/mês, volume que representa 15% das vendas de caminhão da marca.

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O Consórcio Nacional Iveco, que atualmente tem 26 grupos de 300 participantes, cada um com prazo de 100 meses para pagar, não registrou crescimento em 2003. No primeiro quadrimestre de 2004, porém, já está 10% acima do mesmo período do ano passado. “Estamos trabalhando para que a modalidade chegue a 15% das vendas de caminhões este ano. No ano passado, o consórcio representou 16%, mas o volume vendido também foi menor do que o esperado para este ano”, conta Alberto Mayer, diretor de relações externas da empresa.

O Consórcio Nacional Scania, que detém 30% das vendas da marca trabalha com taxas que variam de 10,5% para planos de 100 meses, 8,5% para 80 meses e 7,5% para 60 meses, contemplou 2.400 consorciados no ano passado. “Temos sete mil para contemplar e 19.419 mil consorciados ativos”, conta Antônio Carlos da Rocha, diretor da Scania Administradora de Consórcio.

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De janeiro a abril deste ano, a empresa vendeu 562 quotas de caminhões, contra 497 vendidas no mesmo período de 2003. “O segmento de implementos está melhor ainda. No ano passado vendemos 1100 quotas de semi-reboques Guerra e temos uma carteira com 6.730 clientes ativos. Até o final de abril já havíamos comercializado 530 quotas. Este segmento está muito aquecido, porque está havendo uma transferência do caminhão de três eixos para a composição bitrem”, explica.

A Ford Credit lançou há seis meses um plano de consórcio com prazo de 120 meses com valores flexíveis: até a data da contemplação o cliente paga 0,75% do valor da parcela. A partir do terceiro mês, após a contemplação, ele paga uma parcela e meia e depois de um ano paga duas parcelas até o final do grupo.

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Para o gerente nacional de vendas da Ford Credit, Armando Facco, o produto tem conquistado a preferência dos compradores da marca. Atualmente existem sete grupos de 360 participantes contemplados com nove caminhões, em média um por sorteio, dois por lance fixo e seis por lance livre. “Se o cliente desejar diminuir o tempo pode pagar duas ou mais parcelas de uma vez. Foi por isso que lançamos um plano com valores mais baixos”, explica Facco.

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ono de 1,3% a 1,4% das vendas de caminhões da marca, o consórcio trabalha com uma carteira de 3.097 clientes ativos, dos quais 2,2 mil não foram contemplados. No primeiro quadrimestre deste ano, foram vendidas 470 quotas, o que representou um crescimento de 4% sobre o volume do ano passado. “Queremos crescer 20% neste ano de 2004”, confessa Facco.

A
Rodobens Consórcio, que tem uma carteira com 25 mil clientes ativos responde por 25% das entregas de caminhões Mercedes-Benz. No ano passado foram vendidas 7.321 quotas, contra 5.983 em 2002. “Neste primeiro quadrimestre temos vendido 600 quotas/mês, mas pretendemos fechar o ano com 800/mês, contra 500 quotas vendidas mensalmente no ano passado”, conclui Welington Ribeiro de Castro, assessor da diretoria da Rodobens.

Pneus Por Lance ou Sorteio

O segmento de consórcio para pneus de transporte caminha a todo vapor, porque se trata de um bem valioso na planilha de custos do carreteiro. O motorista sabe quando terá de trocar o rodado do seu caminhão, o que torna a modalidade uma atraente opção de compra. “Pelo sistema, o cliente pode programar a troca dos pneus com taxas menores, sem juros e taxa de adesão. Para facilitar o pagamento, a modalidade prevê parcelamento em até 15 meses, com possibilidade de lance e sorteio”, explica Fábio Basso, gerente de Comunicação da DPaschoal.

A empresa – pioneira a desenvolver o Consórcio Nacional DPaschoal – tem hoje mais de 200 lojas que trabalham com a marca Goodyear. No ano passado, por exemplo, ela operou com 5.639 consorciados ativos. De acordo com Basso, existem atualmente 68 grupos formados por 192 participantes e planos que variam de quatro, seis, nove, 12 e 15 meses. O consórcio possui todas as linhas de pneus Goodyear, incluindo veículos de passeio, caminhões e tratores, com atendimento especial para frotistas.

A Unifisa Administradora Nacional de Consórcio, com sede em São Paulo e filiais em todo o Brasil, está retomando o trabalho de divulgação do Consórcio Pneu Fácil da Pneuac, lançado há quatro anos e que neste período entregou mais de 510 jogos de pneus Pirelli.

Segundo Edson Luiz Leme, gerente de parcerias da Unifisa, atualmente existem três grupos com 120 participantes, cada em andamento, e 98 ativos. “O aquecimento das vendas diretas enfraqueceu um pouco o nosso segmento, mas agora vamos dar uma ênfase maior ao produto”, diz(KS)