Revista O Carreteiro – Qual a importância do Brasil para as operações do Grupo Volvo? O País é visto como um mercado com oportunidades para crescimento das vendas da marca?

Roger Alm – O Brasil é o segundo maior mercado de caminhões no mundo para a marca Volvo, atrás apenas dos USA, cujo mercado é cinco vezes maior. Sem dúvida, há muito espaço para crescer no Brasil, para consolidar a marca Volvo, que já tem um bom reconhecimento entre motoristas e transportadoras, que reconhecem sua qualidade, baixo consumo e ampla gama de caminhões. Acredito que o Brasil irá crescer e haverá novas oportunidades para expandir nossos negócios aqui.

Revista O Carreteiro – A Volvo Trucks anunciou recentemente sua intenção de expandir a participação de mercado da empresa na América Latina. Conforme divulgado, as ações incluem a expansão da rede de concessionários no Brasil e melhorias em infraestrutura da planta em Curitiba. Além disso, os planos consideram a introdução de outras marcas – UD, Renault e Mack – no mercado latino americano. Todas essas ações podem resultar na introdução de outras marcas do Grupo Volvo, ou de qualquer outra marca, no mercado brasileiro?

Roger Alm – Estamos considerando diversas alternativas de modo a tirar pleno proveito de todo o potencial do Grupo Volvo, em todo o mundo. Outra marca no Brasil é uma possibilidade. Porém, estamos fazendo estudos e ainda não foram tomadas decisões. Não temos prazo definido para tomar essas decisões.

Revista O Carreteiro – A partir de uma plataforma média da Renault, a Volvo lançou o VM no Brasil e vem fazendo sucesso com o modelo, levando a marca para novas faixas de mercado na América Latina. Porém, com novas marcas chegando ao País em todas as faixas de potência, a Volvo sentiu a necessidade de expandir sua oferta de produtos?

Roger Alm – Como disse antes, estamos estudando as possibilidades em relação às diferentes alternativas.

Revista O Carreteiro – Ter no Brasil uma linha de produtos para atender todos os segmentos de carga abaixo do modelo VM. Esta seria uma possibilidade que a Volvo esteja considerando agora?

Roger Alm – Por motivos estratégicos, preferimos não divulgar detalhes de nossos estudos.

Revista O Carreteiro – Vocês estão planejando abrir 10 novas concessionárias por ano até 2015? Como elas serão distribuídas? Alguma região específica receberá atenção especial da Volvo? Se sim, qual a justificativa para essa decisão?

Roger Alm – Estamos continuamente avaliando as necessidades de cada região. A implantação de novas concessionárias visa atender as necessidades dos motoristas e transportadoras brasileiras, focando em fornecer maior disponibilidade de operação. Todas as regiões estão cobertas e a proporção de novas concessionárias é calculada em razão da frota circulante, como também projeções futuras no desenvolvimento da infraestrutura de cada região. Queremos estar próximos de nossos clientes.

Revista O Carreteiro – Neste cenário, existe algum segmento (construção, off-road, etc.) que irá precisar de mais caminhões? Como a Volvo planeja atender este aumento de demanda?

Roger Alm – Estimar a necessidade de caminhões para as diferentes finalidades é sempre um imenso desafio. Existe um aumento na demanda para caminhões usados em obras de infraestrutura e, sem dúvida, estaremos preparados para atender as demandas localizadas. Estaremos sempre um passo a frente, observando as necessidades de mercado e ajustando nossa produção e pós-venda para atender o segmento. Temos um produto muito forte neste segmento – o FMX, além disso, podemos oferecer soluções completas em caminhões e equipamentos de construção.

Revista O Carreteiro – Existe algum projeto ou plano para implementação de treinamento de motoristas para que as transportadoras possam ter melhores resultados operacionais com caminhões da marca?

Roger Alm – Temos soluções
adequadas para as diferentes necessidades, que juntas proporcionam aos clientes que adquirem caminhões Volvo maior economia de combustível, maior vida útil e melhores resultados operacionais. Trabalhamos junto com nossa rede de concessionárias, com 50 treinadores que capacitam motoristas em todo o Brasil. Eles foram treinados na Volvo e preparados para atender 15 mil motoristas por ano, oferecendo cursos de direção, manutenção e entrega técnica. Nos últimos 12 meses, nós treinamos cerca de 10 mil motoristas em toda a rede Volvo.

Em nossa fábrica, em Curitiba/PR, temos o Centro de Entrega de Veículos – CEV que recebe motoristas de todo Brasil todos os dias. Eles participam de apresentações técnicas de nossos
produtos e de soluções de pós-venda, ambas criadas para aumentar os resultados operacionais de nossos caminhões. Outra ação que merece ser mencionada é o Programa de Monitoramento, que recentemente recebeu um pedido para ser dobrado em capacidade em função de seu imenso sucesso.

É um programa de três dias focado em profissionais de frotas que trabalham como instrutores de motoristas ou multiplicadores. Ensinar técnicas, comunicação, manutenção preventiva e direção econômica são atividades dedicadas a um grupo selecionado de seis participantes. Até o final do ano, havíamos preparado 144 monitores que, nós esperamos, cobrirão 14,4 mil motoristas por ano, multiplicando o conhecimento de direção. O passo avançado é o Programa TransFormar da Volvo, reconhecido em todo mundo como uma importante contribuição para o desenvolvimento de motoristas. Sua finalidade é discutir gestão da direção, preparando o profissional para enfrentar situações do dia a dia, começando no dia anterior à viagem e até seu final.

Revista O Carreteiro – Nos treinamentos realizados atualmente, quais são as maiores deficiências encontradas nos motoristas? Em geral, quanto tempo dura o treinamento para o condutor de um caminhão Volvo?

Roger Alm – O desafio está em buscar melhores resultados em termos de economia e segurança ao dirigir nossos caminhões, o que envolve o uso de novas tecnologias, tais como o I-Shift ou sistemas de freios eletrônicos (EBS), que são mais seguras e ampliam a vida útil. Estas soluções são bem vindas pelos motoristas e são a base para nosso programa de qualificação, que vem sendo oferecido continuamente e está cada vez mais popular, promovendo cursos de atualização e reciclagem, necessários para acompanhar os novos produtos e soluções de transporte.