Por Elizabete Vasconcelos

Depois das chinesas Sinotruk International e Foton Trucks, chegou a vez da Shacman anunciar sua entrada no mercado brasileiro. Marca do grupo Shaanxi Heavy Duty Automobile, as primeiras 10 unidades enviadas ao Brasil serão destinadas à divulgação dos produtos no mercado brasileiro. De acordo com João Comelli, diretor de produto da Metro Shacman, empresa responsável pela importação e distribuição dos cavalos-mecânicos no Brasil e Mercosul , haverá ações em empresas para apresentar os caminhões Shacman.

 

Empresa pretende estabelecer 27 pontos de vendas em território nacional. Maior parte deles ficará nas regiões Sul e Sudeste
Empresa pretende estabelecer 27 pontos de vendas em território nacional. Maior parte deles ficará nas regiões Sul e Sudeste

“Temos caminhões que vão de 250 a 460 cavalos de potência, tudo dependerá da demanda do mercado. Nosso carro chefe será o modelo TT 420 6X4”, adianta Comelli. O executivo diz ainda que serão introduzidas no Brasil três linhas de produto, sendo possível estender a oferta de veículos da marca no País. A meta é comercializar 1.000 unidades no primeiro ano de atuação e conquistar 1% do mercado. “Esta é nossa previsão inicial, mas acredito que venderemos mais”, aposta. Para isso, a empresa já está construindo as duas primeiras concessionárias em São Paulo, além de um centro de distribuição na cidade de Tatuí, interior de São Paulo. Comelli explica que até o final de 2012 a rede deverá possuir 27 unidades instaladas. “Por conta do volume de vendas, concentraremos nossos representantes nas regiões Sul e Sudeste. Mas teremos filiais em todo Brasil”, garante.

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Montadora poderá implantar fábrica no Brasil, entretanto, ação dependerá da receptividade do mercado

Ao que tudo indica, pelo menos a princípio, a empresa deve apostar mais nas demandas específicas, como as dos setores de mineração e construção, que exigem a aplicação de caminhões traçados. Os caminhões Shacman comercializados no Brasil nas configurações 4X2 e 6X4, serão equipados com eixos MAN (com redução dos cubos) e motorização de 385 e 420 cavalos de potência, tendo como base a plataforma de motores Cummins ISM de 11 litros, common rail. O trem de força conta ainda com caixas de transmissão Eaton, de 12 velocidades, ou as Fast, de 16 velocidades, ambas com over drive. Segundo Comelli, a marca ofertará no Brasil modelos com caixa de câmbio sincronizada e não sincronizada.

Questionado sobre como a empresa fará para se destacar no mercado frente aos outros veículos chineses que estão desembarcando no País, o executivo enfatiza que “os caminhões Shacman são feitos para o Brasil”. “Enquanto as outras marcas trarão motores chineses, vamos chegar com um trem de força já consolidado no mercado nacional”, destaca. Outro atrativo deverá ser o preço dos veículos. Sem dar números reais, o executivo garante que em alguns casos, o valor de comercialização dos caminhões será até 35% menor que algumas marcas já estabelecidas no mercado brasileiro.

Quanto ao futuro, se tudo correr bem, a empresa não descarta a possibilidade da abertura de uma fábrica no Brasil. Segundo Comelli, se o mercado responder positivamente aos veículos chineses, em cinco anos a empresa pode garantir recursos a serem aplicados na instalação de uma unidade industrial em território nacional. “Nada sobre a fábrica está decidido, antes de tomar qualquer decisão vamos sentir o mercado”, ressalta.

Sobre os investimentos que estão sendo feitos para viabilizar a operação da Shacman no Brasil, Comelli diz que está em fase de traçar os planos de crescimento no País. “O único caminho para manter uma marca nova no mercado é com constante desenvolvimento e queremos garantir isso. É cedo para falar em investimentos. Em Angola e em países da América Latina (como o Chile) já atuamos com força, queremos ter isso no Brasil”, diz. A empresa também pretende inserir seus veículos nos mercados da Argentina, Paraguai e Uruguai.

No Brasil, os modelos serão apresentados oficialmente durante a Fenatran (Salão Internacional do Transporte) que acontecerá em outubro, em São Paulo. Na China, a companhia possui 40 anos de atuação fabricando veículos pesados na cidade de Xi’na, província de Shaaxi. Por ano, aproximadamente 70 mil caminhões da marca saem de sua linha de produção, abastecendo o mercado chinês e exportando para aproximadamente 50 países de diferentes continentes.