Por Evilazio de Oliveira

A intensa onda de frio que atingiu o Sul do Continente já causou 11 interrupções de tráfego entre Argentina e Chile até o começo de agosto deste ano, conforme informação do secretário-executivo da ABTI (Associação Brasileira de Transportadores Internacionais), José Elder Machado da Silva. Ele esclarece que os transtornos ocasionados pelos bloqueios durante as nevascas vão da impossibilidade de cumprir os prazos de entregas das cargas, oneração das empresas pelas obrigações assumidas, indisponibilidade dos bens para atender outros serviços, surgimento de problemas mecânicos nos veículos e a conseqüente queda no faturamento.

O período de inverno no Chile começou em março, com as sucessivas interrupções nas rodovias de Cristo Redentor, Cardenal Antônio Samoré ou Pino Machado, que são os caminhos mais curtos para se chegar a Santiago do Chile, saindo do Brasil pela cidade de Uruguaiana/RS.

José Elder lembra que a ABTI e a AGETICH (Associação Gremial Chilena de Empresários do Transporte Internacional de Cargas por Rodovia) estão trabalhando em conjunto no sentido de divulgar orientações de segurança às empresas e, principalmente, seus motoristas.
Os carreteiros que atuam no transporte internacional de cargas consideram as rotas para o Chile como as mais lucrativas. Sabem também das dificuldades para a travessia da Cordilheira dos Andes nos meses de inverno. Com isso, muitos autônomos preferem outras rotas nesse período, como forma de evitar prejuízos.

O bloqueio quase sempre acontece na passagem do túnel Cristo Redentor – entre Mendonza/AR e Los Andes/CH – e as autoridades de trânsito retém os veículos em lugares seguros, com estacionamento e locais para refeições e abastecimento de água. Outras vezes, no entanto, os carreteiros ficam na estrada, suportando a intempérie.

A nevasca ocorrida no dia 17 de julho provocou um novo fechamento do Cristo Redentor. A neve e os fortes ventos na área retiveram cerca de mil carretas em Uspallata, no Chile, e outros 1,5 mil em postos de serviço e pontos próximos à travessia, segundo informação de Ernesto Arriaga, da divulgação do Sistema viário da Argentina. A espera pela liberação durou quase uma semana, mesmo assim é obrigatório o uso de correntes em torno dos pneus. Foi uma das nevascas mais fortes deste inverno, afirmou ele.