Por Elizabete Vasconcelos

Tecnologia, design e conforto são alguns dos pontos explorados pela Ford para os modelos Cargo da linha 2012, cujas novidades principais são a cabine, lançada este ano e a nova geração de motores com maior potência e torque, além de novas nomenclaturas para todos os caminhões. Para atender às novas regras ambientais do Proconve P7, equivalentes ao Euro V, a montadora optou pela tecnologia SCR (sigla em inglês para Redução Catalítica Seletiva), utilizada no pós-tratamento dos gases de escape. Neste sistema, o ARLA 32 (Agente Redutor Automotivo), componente a base de água desmineralizada e 32,5% de ureia, é injetado no sistema de pós-tratamento para reduzir as emissões de hidróxidos de nitrogênio (NOx).

Apresentado ao mercado em março deste ano, novo Cargo terá motores com sistema SCR para atender regras ambientais que entram em vigor em janeiro de 2012
Apresentado ao mercado em março deste ano, novo Cargo terá motores com sistema SCR para atender regras ambientais que entram em vigor em janeiro de 2012

A nova linha Cargo tem mostrador digital no painel de instrumentos que marca a quantidade de ARLA 32 existente no tanque e também se o produto é inadequado para uso. Quanto ao combustível, para que o caminhão atenda as normas ambientais é necessário que o abastecimento seja feito com o diesel S50 (50 partes de enxofre por milhão). A montadora alerta que testes realizados por ela mostraram que a utilização de diesel S500 ou S1800, podem causar danos ao sistema de pós-tratamento e, consequentemente, perda da garantia dos componentes afetados.

Entre outras funções, painel de instrumentos da linha Cargo tem mostrador digital que marca quantidade de ARLA 32 no tanque e se o produto é inadequado
Entre outras funções, painel de instrumentos da linha Cargo tem mostrador digital que marca quantidade de ARLA 32 no tanque e se o produto é inadequado

Com a exigência das normas de emissões, que entram em vigor a partir de janeiro de 2012, a Ford passa a equipar os caminhões Cargo com a seguinte motorização: ISBe 4.5 litros, de 160 e 190cv de potência, em substituição ao ISBe 3.9 de 150cv e 170cv. Os modelos com potências de 230 a 290cv são equipados com a versão ISBe 6.7 (no lugar dos atuais ISBe 5.9 de 220cv e ISBe 5.9 de 275cv). O caminhão mais potente da montadora, o Ford Cargo 1933, é tracionado pelo motor Cummins ISL 8.9 litros de 330cv, em substituição ao ISC 315 de 320cv. “Mesmo com mais potência, nossos testes revelaram que haverá uma redução no consumo de combustível entre 5 e 7%, em comparação com os caminhões Cargo que atendiam às normas equivalentes ao Euro 3”, garante Oswaldo Jardim, diretor de operações de caminhões da Ford América do Sul. A nova linha Cargo é formada por 12 modelos: 816, 1319, 1519, 1723, 1719, 1933 R, 1933 Tractor, 2423, 2429, 2623, 2629 e 3133.

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Segundo Jardim, os novos veículos devem chegar ao mercado com reajuste de preço entre 8 e 20%, em relação à linha antiga. “É um sistema caro para ser desenvolvido, por isso não há como não ser repassado. Quanto menor o caminhão, mais caro ele ficará”, adianta o executivo.

Outra novidade da fabricante é a criação do FordTrac, um sistema de rastreamento e telemetria, desenvolvido exclusivamente para a linha de veículos comerciais da marca, em parceria com a Autotrac. A tecnologia permite registrar de forma remota as principais informações sobre a utilização e o desempenho do caminhão, como velocidade, rotação do motor e distância percorrida.

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“O FordTrac reduz, comprovadamente, os custos de operação e manutenção da frota, pois dá um maior controle ao frotista de como está sendo a operação do veículo. Ele pode ser usado ainda como ferramenta para ações de treinamento e premiação, pois possibilita fazer um ranking de motoristas de acordo com o desempenho individual”, destaca o executivo. Segundo Jardim, o equipamento será opcional e deverá custar, em média, o equivalente a R$ 12 por dia.