Por Daniela Giopato
Assim como os motoristas de caminhão da vida real e a Revista O Carreteiro, o personagem Zé Carreteiro – criado em 1970 por Michele Iacocca, ilustrador italiano que chegou ao Brasil no início dos anos 60 – também acompanhou todas as mudanças ocorridas no setor do transporte rodoviário. Os estradeiros mais antigos devem se lembrar do Zé Sujinho, a primeira versão do personagem, que na década de 70 se espelhava no carreteiro da época. Sua aparência incluía barba por fazer, cigarro entre os dedos e, com certa frequência, com um copo na mão.
Em quatro décadas deixou de ser o Zé Sujinho e foi se adaptando ao novo perfil profissional dos motoristas de caminhão. Parou de fumar, melhorou sua aparência, se tornou bem informado a respeito de tudo o que acontece no mundo do transporte rodoviário de cargas e mais inteirado sobre o segmento e seus avanços tecnológicos. Hoje é um motorista consciente que, a cada história, dá dicas aos colegas da estrada sempre com bom humor.
Para ajudá-lo em suas aventuras pelas estradas, o Zé conta com o apoio do seu fiel e ingênuo ajudante, Jesuíno. Os dois são os sobreviventes de uma turma criada pelo artista em 1970, que incluía outros personagens: um gaúcho, um nordestino, um guarda rodoviário e um protestante que fazia tudo correto.
Apesar de terem se passado 40 anos desde a primeira história publicada, Michele Iacocca fala com orgulho e empolgação do Zé Carreteiro, lembrando que ele foi criado com a ideia de ser didático e que, aos poucos, a sua simpatia conquistou os motoristas, que passaram a se identificar com o personagem, um sujeito consciente e que acompanhou as principais mudanças do setor.