Formada por seis modelos, sendo dois deles semileves, a nova geração da família Delivery cobre a faixa de carga de 3,5 a 13 toneladas de PBT. Junto com os caminhões da linha atual, que continuarão sendo produzidos, a Volkswagen passa a atender o segmento de distribuição com 11 opções de caminhões
Por João Geraldo
O segmento de distribuição urbana está ganhando uma inédita família de produtos formada por veículos de carga na faixa de 3,5 a 13 toneladas de PBT, segmento que atualmente representa cerca de 30% do mercado de caminhões. A novidade, uma das maiores dos últimos anos, vem da MAN Latin America com a nova linha Delivery, formada por seis modelos totalmente inéditos.
Segundo a engenharia da montadora, trata-se da primeira família de caminhões no Brasil em que todas as peças dos veículos foram desenvolvidas no Brasil a partir do zero. “Por esse motivo a nova linha exigiu investimento de um bilhão de reais e precisou de cinco anos para ser concluída”, acrescentou o presidente e CEO da companhia, Roberto Cortes.
Os novos Delivery estreiam com seis modelos, sendo que a versão Express é um veículo semileve para 1 tonelada de carga e PBT de 3.500kg. Junto com o 4.150, (1.350 kg de carga) e PBT de 3.850 kg, os dois modelos marcam o ingresso da Volkswagen em um novo nicho de mercado no País, o qual atualmente é atendido por diversas marcas e versões, inclusive furgões de carga.
Os semileves são equipados com motor de 2.8 litros, 150cv e sistema EGR de pós-tratamento de gases. Outro modelo com motor de 2,8 litros, porém com 160cv de potência e sistema de tratamento de gases SCR é o Delivery 6.160. Os demais lançamentos da família Delivery são o 9.170, 11.180 e o 13.180, todos equipados com motor ISF de 3.8 litros, sendo os dois primeiros com 165cv e o terceiro 175cv de potência.
A nova família de veículos é tracionada por motores Cummins e caixa de câmbio manual de seis velocidades Eaton. Num segundo momento, a MAN Latin America vai disponibilizar a versão 13.180 com transmissão automatizada. Todos os modelos serão oferecidos em três diferentes níveis de acabamento e opcionais: a versão mais simples é a City, seguida pela Trend, a intermediária, e Prime, a mais completa.
Os modelos da linha Express e 4.150 chegam com a missão de alcançar desempenho semelhante ao de modelos de maior porta da família Delivery, como o atual Volkswagen 8.160, o mais vendido no País no seu segmento. Algumas das inovações dos produtos estão na suspensão dianteira independente nos modelos com motor 2,8 litros e, no caso do Express, que tem freio a disco nas quatro rodas, a cabine é também basculante.
Para incrementar as vendas dos modelos menores de porte, a MAN conta com diferenciais do produto em relação aos concorrentes, tais como maior espaço interno da cabine e plataforma modular para diferentes entreixos, entre outros itens. A meta é chegar a 30 mil unidades no mercado doméstico em pouco tempo.
O vice-presidente de vendas e marketing caminhões e ônibus da MAN Latin America, Ricardo Alouche, comenta que os produtos concorrentes disponíveis no mercado são derivados de picapes ou de vans. “Além disso, acrescenta, o nosso veículo tem cabine com 2,00m de largura e a maioria dos concorrentes 1,80m”, salientou.
Alouche diz ainda que uma das providências tomadas pela empresa com a chegada do modelo semileve foi a preparação da rede de concessionários para atendimento especial, pois o cliente do Express não é o mesmo de veículos com maiores capacidades de carga. Por conta disso, acrescenta, o veículo semileve da Volkswagen terá boxe exclusivo dentro das autorizadas. “Entramos no segmento para ficar e fazer história”, explicou o executivo.
Outros pontos por ele destacados são em relação ao modelo 9.170, cujo peso é 10% abaixo do modelo atual. Diz que se trata de um caminhão do tipo “faz tudo” com diferentes tipos de implementos. Já o 11.180, por sua vez, é mais apropriado para entregas urbanas e serviços rodoviários de curtas e médias distâncias e o 13.180, a versão com maior capacidade de carga – com terceiro eixo de fábrica – atende a diversas aplicações. Outra novidade anunciada pelo executivo em relação à nova família é a venda do veículo encarroçado (carga seca ou baú) com o implemento sendo item de fábrica, sem a marca do fabricante.
Mesmo com o lançamento da nova linha, a atual família Delivery, formada pelos modelos 5.150, 8.160, 9.160, 10.160 e 10.160 Plus, continuarão sendo vendidos no mercado brasileiro. Assim, a família Delivery passa a contar com 11 veículos. Os preços, em relação aos produtos que estão sendo lançados, são entre 7% e 10%, mais baixos, em média, dependendo do nível de acabamento e de opcionais. A nova linha, segundo a montadora, foi projetada para ter flexibilidade de entre-eixos e configurações e atender a atual legislação de circulação de VUCs nas diferentes cidades brasileiras.
Atualmente, a MAN Latin America detém 34% de participação de mercado no segmento, sendo o Delivery 8.160 o modelo mais vendido do Brasil, seguido pelo modelo 10.160. De acordo com Alouche, estudos da companhia indicam que até 2030 as vendas de modelos leves, que hoje representam 31% do mercado total de caminhões no País, deverão atingir o patamar de 39%, sendo a limitação de tráfego nas grandes cidades um dos principais motivos para esse crescimento.
Os modelos 9.170 e 11.180 já estão sendo vendidos, enquanto os demais seguem a seguinte cronologia: o 6.160, em dezembro; o Express, em fevereiro; o 4.150, em março e o 13.180, em abril de 2018. Os novos caminhões levaram cinco anos de desenvolvimento, têm maior capacidade de carga e são mais econômicos. “Essa nova família marca a entrada da Volkswagen em um novo nicho de mercado, abaixo de cinco toneladas”, acrescentou Roberto Cortes.
O executivo finalizou acrescentando que a partir de agora a empresa é full line, com as marcas Volkswagen e MAN e adiantou que a nova linha Delivery será apresentada para o mercado mexicano em novembro próximo, em feira de transporte que será realizada naquele país.