Mal súbito é coisa séria e pode acontecer sem dar grandes avisos. No fim de julho desse ano, um caminhoneiro foi encontrado sem vida dentro do seu caminhão, estacionado em um posto às margens da BR-163, em Rondonópolis/MT. Na ocasião, ele aguardava autorização para carregar e seguir viagem.
A hipótese mais provável é que Jorge Luiz Pinho, de 63 anos, de Passo Fundo/RS, tenha tido um mal súbito. Colegas de profissão que estavam no local afirmam que poucas horas antes, o caminhoneiro foi visto ligando o caminhão para carregar a bateria. Porém, como ficou muito tempo sem dar notícias, decidiram ir até o veículo. Entretanto foram surpreendidos com o colega já sem vida.
Histórias como essa podem parecer exceção. Mas o mal súbito acontece com frequência. É comum motoristas que se envolveram em acidentes graves não se lembrarem de como tudo aquilo aconteceu. E, ao retomarem a consciência, se mostram surpresos com a dimensão e consequências da ocorrência.
Diversos fatores podem ser responsáveis por acontecimentos deste tipo e destacam excesso de consumo de bebida e drogas, sono ou até mesmo doenças preexistentes, tais como pressão alta, diabetes e obesidade, males que podem levar o condutor a sofrer um “mal súbito”, manifestação do próprio organismo que ocorre de maneira inesperada e repentina. É como se o motorista “apagasse” por alguns instantes, deixando o veículo fora de controle.
A rotina do motorista de caminhão, que inclui noites mal dormidas, excesso de trabalho e hábitos pouco saudáveis nas refeições, aumenta a possibilidade do desenvolvimento de problemas de pressão arterial, obesidade e diabetes e também as chances dele “apagar” ao volante e provocar graves acidentes. Porém, no caso específico dos caminhoneiros, é preciso atenção especial, pois além de estarem ao volante de um veículo pesado são profissionais expostos a situações de risco. Além disso, alegam não terem tempo para se dedicarem à saúde, tornando comum a prática da automedicação.
Especialistas destacam que é importante o carreteiro estar sempre atento ao surgimento de sensação crescente e incontrolável de fadiga e cansaço, tonturas, vertigens, dor de cabeça de início súbito e de intensidade crescente. Outros sinais de alerta são dor no peito associada à náusea ou vômitos, suor frio abundante, palpitações, falta de ar, formigamento nas mãos e/ou pés e dificuldade para realizar movimentos. As principais formas de prevenção contra o mal súbito são cuidar da saúde, não cometer excessos na alimentação, não utilizar drogas e álcool e respeitar os limites não só do caminhão e da estrada, mas também e, especialmente, do próprio corpo.
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O mal súbito não apresentar sintomas prévios mas é possível que algumas pessoas sintam incômodo no peito, batimentos cardíacos acelerados, mal-estar, enjoo, dor de cabeça, falta de ar e fadiga. Então fique de olho a esses sinais e se previna.
Confira algumas dicas que podem prevenir o mal súbito:
- Durante a viagem, mantenha-se alimentado e hidratado.
- Dê preferência a alimentos leves e de fácil digestão, como frutas, legumes e verduras.
- Evite doces, frituras e gorduras.
- Durma bem antes de qualquer viagem de automóvel. O sono e o cansaço são grandes inimigos da viagem segura.
- Antes de dirigir, não faça refeições pesadas. A digestão demorada aumenta a sonolência.
- Na estrada, não descuide nem por um instante. Muita atenção ao realizar ultrapassagens. Só ultrapasse quando tiver certeza de que é seguro.
- Não use estimulantes como rebite e outros produtos. Você pode até ficar alerta, mas o corpo continua cansado e, quando o efeito passar, você será pego de surpresa.
- Quando o cansaço começar a bater, não insista. Pare em lugar seguro e descanse um pouco.
- O condutor deve programar paradas a cada três horas, caso ele dirija por mais de quatro horas seguidas, corre o risco de comprometer sua circulação e, consequentemente, os seus movimentos, por permanecer muito tempo na mesma posição.
- Se dirigir, não beba. Álcool provoca sonolência, desatenção, reflexos lentos, entre outras consequências.