O jeito de conduzir o negócio é o principal pilar em qualquer tipo de atividade para que ela possa garantir algum resultado financeiro positivo. Quem vive do caminhão, principalmente o motorista autônomo, é importante avaliar sempre o valor do frete e de todos os custos da operação para decidir se vale a pena fazer o transporte
Por Daniela Giopato
Diante da atual crise econômica que vem se alastrando nos últimos dois anos, o motorista de caminhão está sofrendo para conseguir um bom faturamento no final do mês. Se antes era necessário anotar as despesas, controlar os gastos e avaliar melhor o frete, agora é imprescindível para conseguir sobreviver na profissão.
Apesar de simples, certas dicas podem ajudar o motorista autônomo a organizar seu negócio de um jeito e conseguir melhores oportunidades. O primeiro passo, segundo alerta o engenheiro Antônio Lauro Valdivia Neto, especialista em transporte e assessor da NTC & Logística, é não aceitar qualquer tipo de frete.
O maior perigo dessa prática, segundo ele, é o motorista ter de trabalhar cada vez mais, porque a medida que se reduz o frete, é necessário aumentar a quantidade de serviços para manter a receita no mesmo nível. E, mesmo assim, nem sempre será o suficiente para compensar os gastos com cada uma dessas viagens. A consequência, como tem acontecido, é a falta de condições para honrar pagamentos de compromissos assumidos.
Na hora de negociar o frete é de extrema importância que o motorista analise se o valor oferecido será suficiente para pagar todos os custos da viagem e deixará algum lucro. O frete analisado deve ser a soma do valor recebido na ida e na volta. A planilha de custos bem elaborada dá condições para que o prestador de serviço analise de forma consciente o frete que lhe é oferecido. Além de ser base para a avaliação do negócio.
Na planilha de custo devem constar todos os recursos consumidos e os custos com manutenção, pneus, despesas de viagem, combustível, taxas e impostos (licenciamento, IPVA, seguro obrigatório, RNTRC, taxa de vistoria de tacógrafo, etc) pagos para rodar com o caminhão, além de seguro do caminhão e os custos de depreciação do veículo. Desta forma será possível saber com mais certeza se a viagem será lucrativa.
Essa é uma das maneiras mais simples de o motorista cuidar bem do seu negócio. Para começar, basta ter um caderninho e anotar todos os custos acima citados e os fretes recebidos. Assim o carreteiro terá condições de fazer uma avaliação ao final de cada viagem, de cada mês, trimestre, semestre e ano, e saber se foi positivo ou negativo.