As guerras têm o poder de transformar culturas até mesmo quando o inimigo é invisível, e não será diferente após a batalha contra a pandemia da Covid-19 que se instalou em todo o mundo. A frase, dita por um executivo de pós-venda da Volvo, faz referência às mudanças que deverão acontecer na indústria de caminhões, incluindo fábricas, veículos e os transportadores. Tudo isso nos próximos anos. O ponto principal dentro desta visão é uma utilização melhor e mais ampla dos serviços conectados. Esta tecnologia ocupará cada vez mais um lugar de destaque no setor do transporte rodoviário de cargas, dando sequência a um processo que já se encontra em andamento. |
A mudança já começou, conforme lembra o gerente de pós-vendas da Volvo do Brasil, Carlos Banzzatto, com a conscientização, nos últimos anos do quanto a tecnologia é favorável na operação de transporte. Ele destaca que é grande a aderência dos clientes na utilização das plataformas digitais da montadora para reduzir custos. “A Volvo tem milhares de caminhões conectados e essa mudança veio para ficar e transformar a cultura”, acrescentou.
E transformação vai além da utilização e aproveitamento dos benefícios da tecnologia, pois traz com ela também o interesse do transportador em saber como tudo funciona e o que as inovações podem lhe oferecer. Para o executivo, isso tudo vem de um modo natural e será melhor para todos os tipos de negócio. Banzzatto cita como exemplo a facilidade que existe hoje com a internet e tudo que ela trouxe para o acesso a todo tipo produtos e serviços.
A utilização da conectividade no setor do transporte rodoviário de cargas não é diferente. E quando se fala de motorista e tecnologia digital, pesquisas antigas já mostravam que esse profissional teve sempre um percentual maior de aderência ao smartphonedo quando comparado com os demais consumidores. “E mais, a internet está ajudando muito na proximidade com o carreteiro, além disso ele fica mais tranquilo durante a jornada.
Embora já ocorra há algum tempo, a tecnologia digital está ganhando mais força com a atual situação provocada pelo Coronavírus. De acordo com Banzzatto, antes da pandemia quando se falava aos clientes em ganhos de até 15% no consumo de combustível com a aplicação da telemetria, eles perguntavam quanto esse benefício iria gerar de custo e diziam que ia pensar. “Hoje, no meio da pandemia, eles já olham diferente e perguntam: quanto conseguimos melhorar com o uso da tecnologia?, completou.
Segundo o executivo, ficou mais fácil mostrar para os transportadores que com a telemetria é possível se obter ganhos reais da condução e reduzir o consumo ajudando o motorista a conduzir o caminhão da forma correta nas diferentes situações, com o caminhão carregado, rotas difíceis etc. “O serviço conectado aumenta substancialmente a produtividade e a disponibilidade do veículo.
Agora isso está mais evidente, reduz custos, que é a parte mais sensível do transportador, sobretudo nessa fase. Por isso ele quer ajuda da tecnologia”. A grande mudança, prossegure, é pagar pouco por muito. Essa porta foi aberta nos serviços conectados do transporte”, diz Banzzatto. Ele acrescenta que quando o transportador adere passa a ter um leque cada vez maior de serviços e cada vez mais interação com on-line.
“Antes, quem ia comprar um caminhão verificava vários itens; os serviços conectados só vinham depois da conclusão do negócio. Isso mudou. Na Fenatran, antes de perguntar do preço e as condições, muitos transportadores já falavam da conectividade e do pós-vendas. Só depois perguntavam do veículo e das condições de pagamento”, explicou.
Banzzatto acrescenta que a Volvo calcula o que realmente os transportadores precisam, e nesse momento de pandemia a companhia os têm apoiado individualmente em diferentes setores. Disse que o próprio plano de manutenção tem ajudado muito, e eles estão valorizando bastante por estarem pagando pelo menor custo operacional. “Cada vez mais a marca se tornou um “sócio” do cliente, porque a cadeia está mais enxuta em termos de custos e produtividade, eficiência etc”, declarou.
Para finalizar, Banzzato disse que hoje o engenheiro da Volvo fala com o cliente, que por sua vez fala com a concessionária enquanto a fábrica prossegue desenvolvendo produtos formando um elo que não pode ser quebrado. “Isso trouxe uma sinergia muito mais forte na qual nós, da fábrica, estamos preocupados em apoiar o transportador para que ele seja rentável e não quebre.