Por João Geraldo

Protagonista de uma trajetória vencedora no segmento de Caminhões e Ônibus, a Volkswagen tem motivos de sobra para comemorar sua atuação no mercado de veículos pesados para o transporte de carga e de passageiros. A mais recente investida da companhia, cuja unidade brasileira é a pioneira em produzir caminhões da marca VW, é o lançamento da linha Constellation, com destaque para a cabine-leito, com teto alto, alinhada às exigências do mercado, tanto nos quesitos espaço e conforto quanto em design e nível de acabamento.

A linha Constellation, apresentada na segunda quinzena de setembro, é formada inicialmente pelos modelos VW 19.320 Titan Tractor, equipado com motor Cummins ISC de 8.27 litros com seis cilindros em linha, turbo intercooler e 320cv de potência. O trem de força conta ainda com caixa de marchas ZF com 16 velocidades à frente e duas à ré. Os modelos VW 17.250 4X2 e VW 24.250 6X2 são impulsionados pelo motor Cummins Interact de 5,88 litros, seis cilindros em linha, turbo com intercooler e 250cv de potência, com caixa de câmbio Eaton de seis velocidades.

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Produção

O novo cavalo-mecânico 19.320 Titan Tractor é dimensionado para tracionar composição com até 45 toneladas de PBTC e também um semi-reboque com capacidade para transportar 30 pallets, sem ultrapassar a medida estabelecida, mesmo com cabine-leito. Sua missão é substituir o atual Titan Tractor com o mesmo sucesso de mercado alcançado pelo modelo, com vendas mensais em torno de 400 e 500 unidades, apesar de ter carregado o “peso” de ter a cabine pequena para o trabalho que se propunha.

Somos líderes com a cabine atual e estamos esperançosos com o sucesso do novo produto”, diz Antonio Dadalti, diretor de vendas e marketing da Volkswagen Caminhões e Ônibus, ao lembrar que o Titan saltou de 43 toneladas para 45 toneladas de PBTC. A montadora começa a entregar os modelos da linha Constellation aos transportadores a partir de janeiro de 2006. Em relação ao preço, a expectativa é que fique entre R$ 215 mil e R$ 220 mil, conforme o nível de equipamento, o que representaria entre 10% e 15% do valor praticado para o atual Titan Tractor.

A nova cabine que equipa os três modelos de entrada da família Constellation é resultado de parceria de engenheiros da Volkswagen do Brasil e da Alemanha e, sem dúvida, vai incomodar a concorrência”, disse Bernd Wiedmann, presidente da Volkswagen mundial, que veio ao Brasil para o lançamento da série Constellation. Ele acrescentou que o projeto consumiu quatro anos de desenvolvimento e investimentos de 400 milhões de dólares. “ A Volkswagen quer a liderança tanto em design quanto em produto, e para isso a fábrica de Resende teve sua área ampliada em 20%”, concluiu.

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Linha Contellation

Outra novidade apresentada pela Volkswagen é a linha Worker, formada por 17 modelos de 8 a 31 toneladas de PBT, sendo nove deles equipados com motores eletrônicos e oito mecânicos, das marcas Cummins e MWM. “Estamos realizando uma grande renovação, com 25 novos modelos de caminhões e ônibus”, disse Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus. O lançamento das duas novas famílias marcou também o início das vendas da linha Delivery, formada pelos caminhões semi-leve 5.140 e 8.150 e os Volksbus 5.140 EOD e 8.150 EOD.

De acordo com os números apresentados por ele, a Volkswagen prossegue em ritmo de crescimento, pois dos 15% que detinha de participação no mercado em 1997 saltou para 32,5% atuais, considerando o período de janeiro a agosto de 2005. “Isso mostra como os nossos veículos estão sendo bem recebidos pelo mercado”, diz. Para Cortes, o potencial do mercado credencia a companhia a entrar em novos mercados com novos modelos.

Por conta dos lançamentos, a empresa investiu, numa primeira fase, em meados deste ano, um milhão de reais na ampliação da fábrica de Resende e no desenvolvimento de produto. Em uma segunda etapa, a atual, são 150 milhões em novos motores, outros 100 na nova família abaixo de oito toneladas de PBT, 650 em novos produtos e 100 milhões na planta de Resende para ampliar a área de 5 mil metros quadrados da fábrica da cabine da família Constellation.

PLANO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
“Nossa visão estratégica com o plano de internacionalização é nos tornarmos mundiais, globais em caminhões e ônibus. Nosso plano é ambicioso, pretendemos cobrir metade do mundo”, disse Roberto Cortes durante a lançamento dos novos veículos Volkswagen. Por conta desta investida da Volkswagen Caminhões e Ônibus, desde o ano passado, a marca tem uma unidade em funcionamento no México.
Outro passo é em direção à África do Sul, onde já se encontra em instalação uma fábrica para produzir ônibus a partir de meados de 2006 e caminhões no final do ano. O plano de internacionalização inclui ainda a instalação de uma unidade no Oriente Médio, cujo lugar Cortes diz não estar ainda definido. “Queremos a liderança ou a vice-liderança nos mercados onde vamos entrar, porque são países emergentes com as características do Brasil” conclui ao explicar que isso significa oferecer caminhões robustos e de baixo custo. Ainda de acordo com o executivo, as metas para 2007 são conquistar 35% de participação no mercado brasileiro.