Com dois lançamentos já realizados em 2008 – o Cargo 6332e 6X4 Canavieiro e o F-4000 com chassi alongado – a Ford tem previsão de lançar ainda este ano o F-4000 4X4, mas existem novidades previstas para este meio de ano para a linha Cargo 2009, a qual trará uma série de melhorias para os clientes, conforme adianta Oswaldo Jardim, diretor de operações da Ford Caminhões para a América do Sul. Sem citar detalhes do próximo lançamento, previsto para o final deste mês de junho, o executivo fala da atualização da linha de produtos e das entregas programadas de caminhão da marca até dezembro, mês em que a rede Ford deverá ter perto de 130 distribuidores em atividade no território nacional.

Revista O Carreteiro – Em mais de 50 anos de presença no País, os ca­minhões produzidos pela Ford conquistaram o mercado e conservam a fama de robustos. Hoje, diante de um mercado competitivo e com o cliente exigindo cada vez mais, qual a estratégia da companhia para manter a marca forte nos mercados brasileiro e sul-americano?
Oswaldo Jardim – A nossa participação de mercado não deixa dúvidas quanto a aceitação dos caminhões Ford pelos consumidores sul-americanos. Esta participação é o reflexo de uma linha de produtos altamente adaptada à nossa região e adequada às necessidades dos nossos clientes. Temos um produto que alia preço de aquisição competitivo, baixo custo de manutenção e de consumo de combustível, alto desempenho e ampla disponibilidade de assistência técnica. Também temos uma Engenharia local vigorosa, que garante que os atributos dos nossos produtos estejam constantemente alinhados com os desejos e necessidades dos nossos clientes, sem adicionar custos desnecessários. Sem falar no estreito relacionamento que nossa equipe de Vendas e Marketing, junto aos nossos Distribuidores, mantém com a nossa tradicional base de clientes. Para fazer da Ford Caminhões ainda mais forte no mercado reforçaremos mais estes pontos, principalmente mantendo nossos produtos atualizados e aumentando ainda mais nossa Rede de Distribuidores.

O Carreteiro – Você já disse em outras ocasiões que a Ford conta com uma excelente equipe de engenheiros e que terá muitas novidades para o mercado de caminhões no Brasil. Os próximos lançamentos já fazem parte de uma nova geração de caminhões?
Oswaldo Jardim – Produtos atualizados e que atendem às expectativas dos clientes são o coração da nossa indústria. O nosso próximo ciclo de investimentos, conforme anunciado na Fenatran, contempla investimentos tanto no parque produtivo como em novos produtos. No tempo certo todos ficarão sabendo das armas que temos para garantir e mesmo aumentar nossa participação de mercado.

“…o resultado que colhemos é fruto do trabalho de um time competente, dedicado e apaixonado pelo oval Ford e pelo negócio de caminhões”.

O Carreteiro – A Ford tem algum lançamento de caminhão previsto para este ano? Se tiver, você pode dizer para qual segmento: semileve, leve, médio, semipesado ou pesado?
Oswaldo Jardim – Em 2008, já lançamos o F-4000 com chassi alongado e o Cargo 6332e 6×4 para o setor canavieiro, que foi apresentado pela primeira vez na Agrishow 2008. Ainda esse ano apresentaremos o F-4000 4×4, que foi mostrado na última Fenatran. Esse veículo aumentará o leque de opções da série F, no segmento dos semi-leves. Finalmente, temos a linha Cargo 2009, que virá com uma série de melhorias que trarão mais conforto aos clientes, além de mudanças funcionais importantes. Até o final de junho revelaremos em detalhes estas mudanças para o grande público.

O Carreteiro – Quando se fala em ca­minhões Ford, a grande expectativa do mercado hoje é em relação à cabine. Para quando está prevista a chegada da nova cabine?
Oswaldo Jardim – Por questões estratégicas e por políticas internas da Ford, não podemos comentar sobre previsões de lançamentos.

O Carreteiro – Do seu ponto de vista, qual a explicação para o fato de a marca ser bastante competitiva em um mercado onde os concorrentes investiram pesado na renovação de suas linhas de produtos, enquanto a Ford se demonstrou mais modesta e nem por isso foi penalizada pelo mercado.
Oswaldo Jardim – Este é um segredo muito bem guardado e que muitos gostariam de saber. Na verdade, o resultado que colhemos é fruto do trabalho de um time competente, dedicado e apaixonado pelo oval Ford e pelo negócio de caminhões. E quando digo time são todos os envolvidos na cadeia, começando pelos profissionais da fábrica, pelos nossos excelentes distribuidores e fornecedores, que estão conosco em todos os momentos. Temos um patrimônio de quase 90 anos montando caminhões e 50 fabricando localmente e ininterruptamente. A consequência desta bela história é óbvia: credibilidade e confiança na marca e no que ela representa.

O Carreteiro – Até que ponto o Mod Center contribuiu para agilizar os pedidos de caminhões especiais?
Oswaldo Jardim – O Mod Center foi fundamental para o aumento de participação da Ford no segmento 6×2/6×4. Passamos a oferecer o terceiro-eixo de fábrica através do Mod Center, equipamento altamente desejado pelos clientes. Além disso, a possibilidade de personalização dos caminhões, com a oferta de dezenas de kits, fez com que ganhássemos a preferência de muitos clientes. Num momento de limitação de capacidade, como temos agora, fica um pouco mais difícil para aqueles que não estão no dia-a-dia da produção entenderem este impacto positivo. Ele existe e ficará ainda mais evidente quando o mercado operar com mais capacidade produtiva e a venda tiver que ser decidida unicamente pelos atributos do caminhão e da marca.

“Temos uma fila de empresários querendo representar a nossa marca. Claro que este fato muito nos orgulha”.

O Carreteiro – A companhia é muito bem atendida em termos de trem-de-força para caminhões com até 310cv de potência. Existe expectativa de disponibilizar produtos com maiores potências e, respectivamente, com maiores capacidades de carga ou é cedo ainda para se falar neste assunto?
Oswaldo Jardim – Sabemos da ansiedade do mercado para saber nossos próximos movimentos, mas não podemos revelá-los. Ficar parado não é minha característica pessoal e nem é o que os acionistas da Ford esperam da nossa operação na América do Sul. Portanto, no devido tempo nossos planos serão revelados a todos.

O Carreteiro – Hoje, os caminhões da marca Ford são atendidos praticamente por um único fornecedor de motores. Essa é uma regra que pode ser mudada a curto prazo?
Oswaldo Jardim – Temos um fornecedor de motores: a Cummins. Nós e os nossos clientes temos na mão um produto de altíssima qualidade, econômico, confiável, robusto. Não mudaremos o que está dando certo, e muito certo.

O Carreteiro – A Ford tem lista de espera para a entrega de produtos? De quantos meses, em média, e quais os modelos de maior procura?
Oswaldo Jardim – Hoje já não se pode falar em lista de espera para entrega de produtos e sim como anda o planejamento de compras dos nossos clientes. E digo que a maturidade dos frotistas em relação a este fato aumentou muito nos últimos dezoito meses. Dentro deste conceito de pedidos planejados, temos entregas programadas até o final do ano.

O Carreteiro – A Ford encontra-se em expansão de sua rede, com a constante inauguração de novos distribuidores especializados em caminhões. Qual é o tamanho da rede hoje e qual a meta a ser atingida.
Oswaldo Jardim – Hoje estamos com 96 distribuidores. A meta para o final de 2008 é inaugurar aproximadamente 30 pontos adicionais de vendas, totalizando quase 130 distribuidores. Certo é que não temos mais pontos abertos para novas nomeações. Contrapondo à pergunta anterior, que fala em fila, aqui a pergunta fica mais pertinente. Sim, temos uma fila de empresários querendo representar a nossa marca. Claro que este fato muito nos honra e orgulha. Mas como os resultados alcançados pela Rede existente são ótimos, hoje para termos um novo parceiro, alguém teria que sair.

O Carreteiro – Pelo comportamento do mercado nos quatro primeiros meses de 2008, como você acha que ficarão as vendas este ano?
Oswaldo Jardim – A expectativa da Ford Caminhões é de que a indústria cresça entre 20% e 22% em 2008.

O Carreteiro – Algo mais que queira acrescentar.
Oswaldo Jardim – Grato.