por Elizabete Vasconcelos
O setor de implementos rodoviários está em alerta. Embora não esteja registrando quedas no volume de vendas em relação ao ano passado, os empresários que atuam no segmento estão observando um crescimento abaixo do projetado para este ano. De acordo com a Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), a antecipação das compras de caminhões, em razão do Proconve P-7 – que entrará em vigor em janeiro de 2012 -, além da redução na oferta de crédito no mercado, são os principais motivos para este ritmo desacelerado nos resultados obtidos pelo setor até agora.
Segundo números da entidade, de janeiro a setembro o mercado absorveu 143.716 unidades, um resultado 19,07% superior ao obtido em igual período de 2010, quando 120.703 implementos foram comercializados no País. No segmento de pesados (reboques e semirreboques) foram registradas 45.373 unidades vendidas no mercado interno, um crescimento de 8,26% em relação ao mesmo período do ano passado. Já no setor de leves (carroceria sobre chassi) houve uma alta de 24,82% em relação aos nove primeiros meses de 2010, com o emplacamento de 98.341 unidades no período.
“Os números atuais referentes ao segmento de reboque e semirreboques indicam que vamos fechar o ano com um resultado até mesmo um pouco abaixo de 2010”, destaca Rafael Wolf Campos, presidente da Anfir, fazendo referência às 59.252 unidades vendidas ao longo de 2010. Em julho, já antevendo a desaceleração nos resultados do setor, a entidade reviu suas previsões para 2011. Na estimativa mais otimista haverá um crescimento de 9,1%, com a comercialização de 190.500 implementos (incluindo o que será absorvido pelo mercado externo) até dezembro deste ano. Em outro cenário, a entidade prevê a venda de 184.000 unidades, uma alta de 5,3% nos negócios. Se isso se concretizar, haverá uma queda de 5,5% na venda de reboques e semirreboques, totalizando 56 mil unidades.
Na previsão mais pessimista a associação prevê crescimento do setor de 4,5%, equivalente a 0,5% ponto a menos na previsão inicial para este ano, que era de 5%. Neste caso, novamente, a comercialização de reboques e semirreboques será a mais comprometida, com uma redução de 9,5% no volume de vendas em relação ao ano passado, totalizando 54 mil veículos. Se esta previsão se confirmar, serão comercializados no total 182.500 equipamentos, o que irá gerar um faturamento de R$ 6,7 bilhões, uma redução de 1,2% em comparação ao volume registrado em 2010, quando o faturamento atingiu 6,8 bilhões de reais.