Com de PBT 3,5 toneladas, sem restrição à circulação em áreas urbanas e sem exigência de Carteira de Habilitação profissional para ser conduzido, o Volkswagen Delivery Express surge como mais uma opção num segmento predominado por modelos derivados de vans ou furgões

Por Andrea Ramos

O namoro do transportador com os caminhões Volkswagen Delivery não é de hoje. Tanto que o modelo na versão 8.160 (da antiga geração) ainda reina absoluto, já que a fabricante o mantém em plena produção. Esse 8 toneladas já foi um líder de vendas no mercado geral de caminhões em 2016, com 3.183 unidades; repetiu o desempenho em 2017, com 2.047 unidades emplacadas apenas entre os comerciais leves.

Com o lançamento da nova geração, no segundo semestre de 2017, a família Delivery ganhou design e novas tecnologias, entre elas, versões com câmbio automatizado, que deveriam ter chegado ao mercado no primeiro semestre deste ano, conforme havia sido previsto pela montadora.

Nessa reportagem sobre linha leve da Volkswagen, o destaque é a versão de entrada, o Delivery Express, um produto de certa forma inovador no mercado brasileiro, pois trata-se de um veículo comercial que chegou para disputar espaço no segmento de 3,5 toneladas de PBT. Sendo originado de caminhão – algo que não muito convencional nessa categoria de peso, na qual prevalecem modelos derivados de vans ou furgões.

A boa notícia é que esse caminhão – sim, cabe considerá-lo um caminhão, devido aos seus atributos técnicos – pode ser dirigido por motoristas com habilitação na categoria B. Isto é, um condutor habilitado para conduzir automóvel de passeio pode também dirigir o Delivery Express graças ao seu PBT.

Outro diferencial do “caminhãozinho” da Volkswagen é que ele não tem restrição ao tráfego em zonas urbanas. E já que é para falar de vantagens, o Delivery é tarifado no pedágio com o mesmo valor de um automóvel, porque o eixo traseiro tem rodado simples.

Além de frotistas, o modelo atende pequenas empresas e comércio que dependem de um veículo de carga para fazer o transporte de suas mercadorias, como floriculturas e minimercados entre outros com implementos que vão da carroceria carga seca, baú para distribuição e frigorífico, a prestadores de serviços municipais, pois entre os diferentes implementos que pode receber está o cesto elétrico.

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Em todas as versões do Delivery Express, o banco central é rebatível e se torna uma mesa de anotações

E conforme o perfil de atividade do cliente, a Volkswagen oferece a opção do Delivery Express ser adquirido com carroceria. A marca escolhida foi a Randon e o implemento agrega câmera de ré. A instalação é feita pelo BMB Mode Center, centro exclusivo de modificações da MAN Latin America, onde é possível instalar também rádio e autofalantes.

A bordo do Delivery, o condutor vai se deparar com funcionalidades que o remetem estar a bordo de um automóvel de passeio. Para quem fica pelo menos 8 horas dentro do veículo, a Volkswagen tratou de colocar mais de 15 porta-objetos. Há divisórias atrás dos bancos e espaços espalhados pela cabine, assim como nichos ao longo do painel. Tudo atende ao motorista e passageiro, cujo banco tem espaço para transportar mais duas pessoas.

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O Express possui o maior airbag da categoria na parte do carona, com 160 litros, sendo, segundo a engenharia da Volkswagen Caminhões, um dos maiores da América Latina em volume. Outros itens de segurança do Express são freio ABS (por força da lei), EBD (distribuidor eletrônico de frenagem e os cintos de segurança de três pontos com pré-tensionadores.

O modelo conta com três versões: City, Trend e Prime e lista de equipamentos ilimitada, pois nessa categoria os veículos costumam ser mais espartanos. Ano que vem, possivelmente esteja no mercado a opção com câmbio automatizado.

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Ar-condicionado, piloto automático, faróis de neblina e retrovisores elétricos são de série na versão topo de linha

Na versão de entrada, o volante tem regulagem de altura e profundidade, sistema de ventilação simples e direção hidráulica. Ar-condicionado é opcional, inclusive na Trend (versão intermediária), na qual o trio elétrico é de série. A Prime (topo de linha) traz de série o ar, piloto automático, faróis de neblina e retrovisores elétricos. Em todos os Express o banco central é rebatível e se transforma em uma mesa de anotações. Graças ao painel reto, há uma boa circulação, entrada e saída, sobretudo do ajudante que estiver na parte central.

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Versão com entre-eixo de 3.000mm, mais adequada a carrocerias de 4.020mm de comprimento, carrega 1.450kg de carga líquida

No quesito conforto, a suspensão com quatro pontos da cabine contribui muito na redução dos impactos. O computador de bordo facilita a condução e permite que o motorista acompanhe o resumo da viagem e tenha controle sobre consumo de diesel. O painel mostra todas as informações de diagnose do caminhão.

O acesso à cabine é facilitada pelas escadas escondidas quando as portas estão fechadas, uma forma de coibir assaltos. Segundo a engenharia da marca, ajuda também na aerodinâmica. Ainda sobre esse tema, o desenho frontal com as aletas laterais – que saem da grade com um recorte que segue até as portas – ajuda na aerodinâmica e traz modernidade ao veículo. A grade frontal inferior se harmoniza com os faróis e o espaço entre os retrovisores bipartidos e a lataria tem cunho aerodinâmico facilitando manobras nos centros urbanos.

O motor Cummins ISF de 2.8 litros e 4 cilindros em linha desenvolve 150cv de potência a 3.500 rpm e 36,7 mkgf de torque a 2.800 rpm. Esse motor opera com a caixa Eaton ESO 4106, unidade manual de 6 marchas a frente e 1 ré. Vale ressaltar que essa transmissão agrega tomada de força, item que torna o caminhão ainda mais versátil, podendo inclusive receber uma prancha de reboque.

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Com isso, o modelo leva com folga 1.450 kg de carga líquida, como aferimos nessa reportagem na versão com entre-eixo de 3.000mm, ideal para carrocerias de até 3.050 mm – com pneus 225. Já o Express com entre-eixo de 3.600 mm é mais adequado a carrocerias de 4.020mm de comprimento – e com pneu na medida 205.

Graças à altura de 2.376mm, o motorista fica numa posição privilegiada. As trocas de marchas são muito parecida a de um carro de passeio, leves e rápidas nas passagens. E a bordo, o para-brisa reto possibilita uma boa visão do trânsito.

A suspensão dianteira, com conjunto independente duplo, é firme e impede que o veículo sacoleje ao passar por buracos e o deixam firme nas curvas. Nas partidas em subidas, o controle de rampa faz falta, mesmo na versão manual, embora o projeto tenha levado em conta a rotina da distribuição urbana.