Por Edmilson de Souza
Caminhões como o Fenemê fizeram história no País e têm até clubes que reúnem admiradores. O modelo começou a ser produzido pela Fábrica Nacional de Motores, a famosa FNM, criada em 1942 com a finalidade de produzir motores de avião para os Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Em 1946, com o fim do conflito, o governo americano doou a empresa ao governo brasileiro.
Tempos depois começou a fabricar o FNM, sob licença da italiana Isotta Fraschini. O modelo D-7300, com motor de 100hp, foi uns dos primeiros. Nos anos 50 a Isotta fechou e a tecnologia passou a ser da Alfa Romeo. Em 1968, a Alfa Romeo adquiriu a FNM e produziu até 1973. Na época, a Fiat comprou 43% do capital e em 1976 assumiu totalmente a companhia. No ano de 1982, a Iveco, que tinha sido absorvida pela Fiat na Europa, chegou para administrar a antiga FNM e em 1985 fechou a fábrica, localizada em Xerém/RJ, dando fim ao mito brasileiro. Entre 1957 e 1980, foram produzidos mais de 47 mil caminhões das três marcas.
Em 1957, a General Motors lançou o Chevrolet médio C 60 e entrou para o mercado de caminhões no Brasil, fazendo 4.660 veículos. Após 20 anos, os caminhões Chevrolet (divisão da GM, comprada nos Estados Unidos, em 1918, de Louis Chevrolet, suiço radicado na América) param de ser produzidos no País. São substituídos por modelos importados da mesma empresa, os GMC. Em 1997, pára de importá-los e começa a produzi-los na unidade de São José dos Campos/SP, com a mesma marca GMC.
Cinco anos depois, com apenas uma participação de 6% no mercado, a empresa encerrou a produção. Isso caracterizou o fim de outra parte da história dos caminhões, porque nos anos 50/60 a empresa foi líder de mercado no Brasil. Com o início dos anos 70 e a crise do petróleo, perdeu participação de mercado para os modelos Mercedes-Benz, que na época já eram movidos por motor diesel.
Em 1959 chegou ao Brasil a Internacional Harvester Maq. S.A, que ficou poucos anos no País, foi embora e vendeu sua sede para a Chrysler, no ano de 1966. Em 1998 retornou ao Brasil e se instalou uma linha de montagem dentro da fábrica da Agrale, em Caxias do Sul/RS, com o nome de International Truck and Engine Corporation. Com sucessivos prejuízos, em outubro de 2002, anunciou que estava deixando de atuar no mercado brasileiro, porém, que continuaria a produzir para o mercado externo, como a África do Sul, que ainda recebe o modelo 9.800 fabricado no Brasil.
Os caminhões da marca Matra começaram a ser produzidos em 1987, em Florianópolis/SC, pela empresa Santa Fé Veículos Ltda, uma concessionária Chevrolet de propriedade de Paulo Cezar Maciel da Silva. Era um caminhão médio, com cabine de fibra, equipado com motor Perkins de 160 HP. Parou de ser produzido em 1991.
Da fundação da Puma, em 1966, até o seu fechamento em 1998, foram fabricados 23.047 veículos, incluindo os automóveis de passeio. A empresa começou a produzir caminhões em 1978 e chegou a colocar no mercado 2.220 unidades, também equipadas com cabine de fibra. “Um dia ainda voltamos, porque tenho todo o ferramental da construção dos automóveis e dos caminhões”, admite Rubens Rossato Filho, diretor de Produção da divisão de Caminhões da Puma, entre 1991 e 1998.