Revista O Carreteiro – Com o início das vendas do MAN TGX 6X2 – agora em março – a MAN Latin America acaba de reforçar sua participação num dos segmentos mais disputados e também lucrativos no negócio de caminhões no País. Qual é a expectativa em relação às vendas de modelos MAN no mercado brasileiro este ano?
Ricardo Alouche – O mercado de veículos extrapesados 6×2 representa a maior fatia deste importante e relevante segmento do transporte de cargas no Brasil que vive em constante aquecimento. Com a chegada da versão 6×2 do MAN TGX, o modelo 28.440, e assim como a recente oferta de Finame, iremos disputar este mercado em igualdade com os demais concorrentes e, consequentemente, alavancar ainda mais as vendas dos caminhões MAN TGX. Pretendemos alcançar a marca de 2.000 unidades vendidas ao longo do ano corrente.
Revista O Carreteiro – Como foi a aceitação dos transportadores em relação à versão 6X4 lançada em 2012?
Ricardo Alouche – Conhecedores das condições adversas da continentalidade e culturas do nosso País, e de nossa experiência no mercado de caminhões, trabalhamos fortemente junto a importantes frotistas em testes de avaliação destes caminhões. Foram quase dois anos de testes e o resultado deste trabalho foi o desenvolvimento e oferta de um produto totalmente preparado às condições peculiares do mercado brasileiro e, consequentemente, uma grande aceitação pelos clientes face ao reconhecimento das suas qualidades e atributos. Os clientes que já compraram este modelo têm afirmado que ele chegou para ser a nova referência no segmento que atua.
Revista O Carreteiro – Já havia solicitações para a versão 6X2?
Ricardo Alouche – Sim. Como já mencionamos acima, o mercado de veículos 6×2 no segmento de caminhões extrapesados tem a maior participação e naturalmente, recebemos diversas consultas anteriormente.
Revista O Carreteiro – Que itens os clientes que já compraram MAN estão destacando como positivos no veículo?
Ricardo Alouche – Os grandes destaques relatados pelos clientes são: tecnologia, conforto, dirigibilidade, desempenho, funcionalidade, segurança e economia de combustível. E não podemos deixar de destacar a relação custo x benefício, uma das melhores do mercado.
Revista O Carreteiro – Eles ainda têm sugerido modificações?
Ricardo Alouche – Sim, os clientes deste segmento são muito exigentes. Como o investimento inicial nos veículos é alto, passa a ser mandatório que os mesmos resultem cada vez mais em excelentes performances. Consequentemente, os clientes constantemente sugerem melhorias nos caminhões na busca de melhores resultados.
Revista O Carreteiro – Qual a projeção de participação da MAN no segmento acima de 400cv dentro de cinco anos?
Ricardo Alouche – Com a chegada de novos modelos nos próximos anos, pretendemos alcançar 25% de participação das vendas no mercado que ele atua.
Revista O Carreteiro – Qual o tamanho da rede de concessionários e quantos deles já comercializam a linha extrapesada?
Ricardo Alouche – Temos 160 concessionárias distribuídas pelo Brasil, sendo que 80% delas já estão habilitadas e preparadas para atender e comercializar os caminhões MAN TGX e as demais estarão nomeadas até meados do ano.
Revista O Carreteiro – O pessoal de vendas já identificou se algum cliente que compra o Constellation 370 – embora seja um segmento abaixo – mudou para o MAN por estar mais adequado à sua operação?
Ricardo Alouche – Notamos que com a nova legislação para motoristas, muitos clientes estão buscando aprimorar suas atividades, principalmente no aprimoramento e otimização das suas rotas. Sendo assim, a busca por veículos de maiores potências está se tornando uma tendência no segmento.
Revista O Carreteiro – O que existe hoje de comum nas concessionárias que comercializam as duas marcas? Isto é, o que a MAN herdou da Volkswagen e que tem contribuído para a expansão da marca no País, considerando as diferenças entre os clientes de cada produto?
Ricardo Alouche – O sucesso da nossa empresa é resultado direto de nossa parceria com a rede de concessionários. Esta tem reconhecidamente um excelente atendimento aos clientes, tanto no relacionamento, como no pós-venda. Dentre todas as marcas de caminhões presentes no Brasil, somos a que tem o melhor pós-venda segundo a pesquisa da Fenabrave. Este excelente trabalho está sendo mantido para os caminhões da marca MAN e com certeza fará com que tenham o mesmo sucesso que os da marca líder do mercado, os Volkswagen.
Revista O Carreteiro – Os caminhões Volkswagen têm sido líderes de mercado há mais de 10 anos no Brasil. Qual o peso de se manter à frente de um dos maiores mercados de caminhões do mundo?
Ricardo Alouche – Com a crise em outros mercados e o destaque para o brasileiro, a cada dia novas marcas estão vindo para cá. Cabe à MAN Latin America o grande desafio de sustentar a sua postura de sucesso e parceria perante aos clientes e o mercado, tanto no atendimento de suas necessidades, quanto na antecipação das necessidades futuras. E, paralelamente, trabalhar fortemente na implementação da linha de produtos dos novos caminhões MAN que virão.
Revista O Carreteiro – Apesar de que muitas compras são realizadas antecipadamente, a super safra de grãos deste ano tem ajudado a impulsionar as vendas de caminhões?
Ricardo Alouche – O Brasil tem na agricultura um dos principais pilares de sua economia. Como 60% das cargas transportadas no Brasil são sobre caminhões, naturalmente o mercado é afetado direta e positivamente a cada novo recorde de safra de grãos.
Revista O Carreteiro – Terminado o primeiro trimestre de 2013 e o mercado de caminhões no Brasil parece ainda gerar dúvidas se vai deslanchar, embora exista a expectativa de crescimento por conta das obras de infraestrutura. Qual a sua opinião a respeito?
Ricardo Alouche – Passados os impactos negativos da introdução dos veículos Euro V no mercado e as maiores turbulências na economia mundial, aliado ao pacote de incentivo do governo, estamos bastante confiantes na retomada do crescimento do mercado. Nossa expectativa é que o mercado cresça 10% em relação a 2012.