Por João Geraldo

O mercado de caminhões se modela conforme suas necessidades. A frase é do gerente de planejamento estratégico da Volvo do Brasil, Sérgio Gomes, dita durante o lançamento da linha FM equipada com motor de 11 litros. De acordo com o executivo, os novos pesados da marca chegam para atender a demanda atual do transporte e acrescentou que no final dos anos 90 o apelo maior dos transportadores era por motores de 11 e 12 litros, depois pelos de 7 e 8 litros, e a partir de 2005, pelos propulsores de 12 e 13 litros. “O Volvo FM 11 veio para completar nossa linha de caminhões, que agora possui todas as faixas de potências, aplicações e nichos de mercado”, disse.

A gama de produtos da montadora contava com a linha VM de 210cv, 260cv e 310cv e o FH com propulsores de 400, 440, 480 e 520cv de potência. Com o lançamento do FM 11 litros, com motor de 370cv e mais o FM 13 litros de 400cv, a Volvo passa a contar com uma completa linha de produtos da marca no Brasil, disse Tommy Svenson, presidente da montadora no Brasil. “Com ela vamos atender todas as exigências do mercado, em qualquer tipo de aplicação”, acentuou o executivo.

O FM 11 chega para colocar a marca na faixa de potência entre 340 e 400cv, da qual não participava. “Com o novo produto esperamos ter um quarto do mercado de pesados até 2011”, disse Bernardo Fedalto, gerente de caminhões da linha F. Atualmente, a Volvo tem um terço do mercado acima de 400cv e entre 10 e 12% na faixa entre 300 e 340cv de potência.

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O FM 11 é um caminhão para aplicação em rodovias asfaltadas, de topografia mista, e o mais indicado para transportadores que rodam em torno de 12 mil quilômetros por mês. O modelo é disponível nas configurações de eixo 4X2 e 6X2 indicado para tracionar carretas de três eixos com PBTC limitado a 53 toneladas. Sérgio Gomes destaca que se trata de um veículo com a concepção para a América Latina, para o transporte de carga na faixa de 45 a 50 toneladas e não é um caminhão para tracionar bitrem. Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas, acrescenta que a montadora realizou um trabalho forte junto à rede e frotistas sobre a aplicação correta do novo modelo.

Menoncin cita que a Volvo não quer competição dentro da marca, por isso o FM 11 está bastante adequado para operações de transportes de autopeças, combustíveis, componentes industrializados e cargas paletizadas. “O modelo pode ser usado para muitas e diferentes aplicações, isso depende de uma série de fatores, como velocidade média que o caminhão roda, os trechos rodoviários por onde passa, a topografia das estradas e do tempo de trabalho diário. Enfim, depende de uma série de elementos”, esclarece.

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A versão 4X2 oferece de série suspensão com molas, com opção para ar e entre-eixos de 3.500 e 3.700mm. Já a 6X2, com terceiro eixo com suspensor, tem entre-eixos menores, de 3.200 e 3.400mm, e suspensão Volvo em tandem, com molas parabólicas e semi-elípticas. O equipamento disponível no FM 11 é um projeto desenvolvido no Brasil para a América do Sul testado por diversos clientes em variadas aplicações. Freio ABS e caixa I-Shift (automatizada) também são disponíveis no veículo.

O motor de 11 litros tem 140 quilos menos do que o de 13 litros da série FH e ambos têm mais de 50% de suas peças comuns e a mesma tecnologia e arquitetura eletrônica. É um engenho com seis cilindros em linha, com quatro válvulas em cada um, e unidade injetora que opera a 2000 bar de pressão de injeção. “É um motor moderno, avançado e leve, muito econômico, e de fácil manutenção, mas o torque é o maior diferencial em relação ao concorrente”, observou Sergio Gomes.

A cabine traz novas grades, novos faróis, é leito e tem 2,5 metros de largura e os bancos do motorista e ajudante têm o cinto de segurança integrado a eles e coluna do volante de direção ajustável. O veículo foi apresentado aos jornalistas de transporte, na Argentina, no ínicio de outubro. O motivo é que as vendas do modelo naquele país deverão ser proporcionalmente maiores do que no Brasil, devido a topografia do solo argentino. Por isso deverá acumular mais de dois terços das vendas, estima Bernardo Fedalto. A projeção da Volvo para 2009 é de comercializar mil unidades no Brasil. Outros mercados da América Latina receberão o produto somente a partir do segundo semestre do próximo ano. O preço sugerido para o modelo será em torno de 3 a 4% abaixo dos modelos de 400cv, observa Fedalto, lembrando que é o mesmo cálculo usado pelos concorrentes.

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O novo produto traz com ele um maior intervalo entre as trocas de óleo da caixa de câmbio e do diferencial, informa Luiz Pimenta, gerente de pós-vendas da Volvo para a América Latina. Agora, a primeira troca de óleo do eixo traseiro, que normalmente acontece aos 120 mil quilômetros, passa a ser aos 400 mil e esta extensão se deve às mudanças nos processos de montagem dos componentes da caixa de câmbio e também do eixo traseiro (sem redução no cubo), juntamente a introdução de óleo sintético. “A Volvo está sempre trabalhando para ampliar os intervalos de manutenção e reduzir o tempo de parada dos caminhões”, acrescenta Pimenta. A caixa de marchas é a Volvo VT 2214, com 14 velocidades acionada por cabo. Trata-se da unidade utilizada pela linha FH e VM 310.

Ele explica que até agora todos os óleos eram trocados juntos aos 10 mil quilômetros. A do motor, por exemplo, denominado VDS3 – com formulação da Volvo – passa a ocorrer aos 30 mil quilômetros rodados. “Estas alterações poderão significar até 14% no custo de manutenção preventiva e, consequentemente, maior disponibilidade do veículo pela redução no número de paradas”, assinala.