Equipados com motor de 190cv e cabine ampla, entre outros destaques técnicos, os novos modelos Tector chegam com a proposta de elevar a participação da Iveco no segmento de caminhões na faixa de 9 a 13 toneladas de PBT

Por João Geraldo

A Iveco prossegue firme com a sua proposta de comprovar que seus caminhões têm tudo que os transportadores precisam, e nada ficam a dever aos modelos da concorrência em relação a eficiência, conforto e robustez. Em outubro do ano passado, a montadora deu um salto à frente com o lançamento dos cavalos mecânicos pesados Hi-Road, que trouxeram uma série de avanços em relação à linha Stralis e agora, no final de junho, surpreendeu o mercado com uma nova linha de caminhões para os segmentos de leves, médios e semipesados.

24.300Foto Alexandre Lombardi IVECO TECTOR 149

“Agora estamos mais fortes, dos modelos leves aos pesados”, comemorou o vice-presidente da companhia na América Latina, Marco Borba ao falar sobre os novos produtos, cujo destaque maior fica por conta dos modelos 9.190 e 11.190, para 9 e 11 toneladas de PBT, respectivamente. A Iveco estava fora dessa faixa de carga desde o início de 2017, quando tirou de linha o Vertis, caminhão que até mesmo pelo nome era visto por muita gente do meio como um veículo de pouca identidade com os demais modelos da marca.

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Modelos na faixa de 9 a 30 toneladas de PBT com a mesma frente reforçam a imagem de tratar-se de uma grande família de caminhões para diversas aplicações

A engenharia de Sete Lagoas já trabalhava há um bom tempo num substituto do Vertis e também para ter um produto mais competitivo na faixa entre 8 e 13 toneladas de PBT. Só no segmento do Tector 9.190, no primeiro semestre deste ano foram licenciados 5.392 unidades. Em relação aos seis primeiros meses de 2018, este total representou uma redução de 275 veículos.

Os maiores volumes de vendas no período apontam a Mercedes-Benz com 2.096 unidades e a Volkswagen 1.630. Da marca Ford foram emplacadas 1.372 caminhões leves e mais 149 da Iveco (da família Daily, que vai até 7 toneladas de PBT). Hyundai 125, Agrale 17 e outros 3 veículos emplacados de fabricantes não filiados à Anfavea.

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Motor de 190cv, cabine ampla e alavanca de troca de marchas posicionada perto do painel estão entre os destaques dos novos caminhões que ampliam a família Tector

Da mesma forma como aconteceu com a substituição da linha Stralis, para se fortalecer no segmento de pesados, agora a montadora está avançando também no aprimoramento dos modelos para a faixa de 8 a 13 toneladas de PBT, neste caso com a aplicação do terceiro eixo para maior capacidade de carga.

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O sinal de que se trata de novos produtos é identificado facilmente pela parte frontal da cabine, a mesma utilizada pelos modelos Tector que rodam atualmente na Europa. O diretor de vendas e marketing da montadora no Brasil, Ricardo Barion, destacou que apesar de a marca ter agora a melhor cabine da categoria, os lançamentos vão muito além do design. Ele explica que foram três anos de trabalho junto à engenharia e clientes rodando testes com veículos da marca, e que agora tem caminhão para atender com maior eficiência atacadistas e distribuidores, centros de distribuição, serviços frigorificados, fretes em geral e até para a agricultura familiar, entre outras aplicações.

Um dos pontos fortes da linha Tector leve é o motor de 4,5 litros com 190cv de potência e torque de 610 Nm na faixa de 1.350 a 2.100 rpm, fabricado pela FPT. Barion ressalta que se trata de um propulsor com potência e curva de torque plana, que na prática reduz o número de trocas de marchas. “Esse motor foi trabalhado para esse segmento”, complementou Barion.

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A Iveco aproveitou o lançamento dos novos produtos para apresentar o visual adotado para toda a linha Tector, igual
ao dos modelos produzidos na Europa

O trem de força é complementado pela transmissão manual Eaton de 6 velocidades com a sexta marcha overdrive. Uma possível versão automatizada ainda não tem uma data prevista, talvez na Fenatran deste ano. O eixo traseiro, por sua vez, fornecido pela Dana, tem relação de redução 4,30:1 para a versão 9-190 e de 4,56:1 para a 11-190. Barion acrescenta que para a opção de 13 toneladas o chassi já sai de fábrica preparado para receber o terceiro eixo.

Sobre consumo de combustível diante da potência de 190cv, mais do que suficiente para caminhões dessa categoria, Barion reconhece que na maioria das vezes a oferta de maior potência também significa maior consumo de combustível, mas garante que esse foi um dos desafios solucionados, com obtenção de até 4% de redução na versão de 9 toneladas e de 7% na de 11 toneladas, comparados ao produto anterior da marca para essa faixa de mercado. Entre as metas da empresa consta também abocanhar uma parte do espaço deixado pelos modelos da Ford.

9 190 Detalhe grade frontal fundo preto

A cabine dos novos integrantes da linha Tector, como foi dito acima, aproxima o Tector brasileiro do europeu, mas também traz uma melhor a aerodinâmica, com linhas externas que melhoraram o fluxo de ar (item que também contribui para a redução do consumo de diesel) e defletores laterais que jogam o spray da água da chuva para baixo. Pela própria característica da operação, é comum nesse tipo de caminhão o motorista entrar e sair maior númerod e vezes do seu posto. Por isso, o degrau de acesso à cabine é mais baixo (40cm de distância do chão) e as portas se abrem em ângulo de até 87 graus.

Com 3 metros de largura máxima e 1.590m de altura (a mais alta do segmento do assoalho ao teto), a cabine oferece espaço interno e conforto proporcionados também pelo sistema de suspensão, que entre outras características tem com coxim com mola e lâminas parabólicas na dianteira e traseira.

Em seu interior, a parte superior frontal conta com porta-objetos. Trata-se da mesma cabine da linha Tector de maior porte, porém com as devidas mudanças para atender um chassi mais leve, sem perder características como o campo de visão, que também é outro item destacado pela Iveco.

Barion explicou que uma das preocupações da montadora no desenvolvimento dos novos produtos foi identificar exatamente quais são as melhores soluções para um caminhão desse segmento na visão dos motoristas. O pacote incluiu também banco com suspensão pneumática, volante de direção com regulagens de altura e profundidade e baixo nível de ruído com o caminhão em operação. Aliás, conforme lembrou Barion, esse foi um quesito bastante trabalhado.

A estratégia da Iveco para colocar seus novosveículos no mercado inclui uma versão de entrada seguida por outra com ar-condicionado e uma terceira completa. “Agora temos a melhor cabine, o melhor trem de força e o melhor custo operacional. É o caminhão certo para o dia a dia”, completou. Todas as versões têm trazem de série freio ABS com EBL (distribuição eletrônica das forças de frenagem), limitador de velocidade (120km/hora) e escotilha de teto manual.

Os preços dos novos modelos Tector são R$ 155 mil para a versão 9.190 e R$165 mil para a 11.190, que sai da linha de produção pronta para receber o terceiro eixo para atender PBT de 13 toneladas. Os novos veículos já estão disponíveis na rede de concessionárias, formada atualmente por 71 unidades e com previsão de chegar ao final de 2019 com 84.

Outra ação da Iveco é a padronização das concessionárias. De acordo com Marco Borba, 80% já estão adequados à nova fase. “Temos de garantir atendimento eficiente e com a padronização já reduzimos em 50% o tempo de serviço. Esse é o momento de acelerar. Os veículos da marca amadurecem junto com a rede”, reforçou o vice-presidente da Iveco America Latina.

Junto com o lançamento dos novos modelos leves, a Iveco apresentou também toda a sua linha Tector mais pesada 6×2 e 8×2 com a nova frente da cabine. Essa mudança trouxe também aos semipesados da marca um ar de modernidade e aumento de 1% no preço.