Por João Geraldo
Fotos Divulgação
Quando a Volvo fala da evolução de seus produtos no Brasil, considerando o motor eletrônico, o freio VEB 510 e a conectividade, um dos elementos mais importantes na visão dos executivos da área técnica e de vendas da companhia é a introdução da caixa de câmbio I-Shift nos caminhões da marca, em 2003. Tratava-se da primeira geração da caixa eletrônica com a marca Volvo para até 45 toneladas. Aplicada à linha F, era uma transmissão com muito menos recursos do que a sexta geração, que traz um pacote de recursos muito maior.
A nova transmissão eletrônica (como a unidade automatizada da marca é tratada pela empresa), lançada no início de outubro no Brasil, incorpora diversas funções que contribuem para a redução do custo do transportador. Entre as novidades, os destaques principais ficam por conta da inteligência ampliada e a maior capacidade para a economia de combustível. A durabilidade também aumentou, podendo a caixa chegar a um milhão de quilômetros sem qualquer intervenção e a embreagem a 700 mil quilômetros.
O gerente de engenharia da Volvo no Brasil, Álvaro Menoncin, explica que o sucesso obtido pela transmissão eletrônica I-Shift no País se deve à sua eficiência, à sua constante evolução. “Atualmente, 100% dos caminhões da linha FH saem da linha de produção com transmissão eletrônica. Ainda de acordo com Menoncin, associada ao avançado sistema I-See e aos sensores, esta nova geração entende perfeitamente qual a carga transportada, bem como a topografia à sua frente e otimiza as trocas de marcha garantindo baixo consumo de combustível.
Lançada na Europa este ano, a sexta geração da I-Shift tem novos softwares e inteligência ainda mais sofisticada. A conexão entre a caixa e os demais módulos que compõem a arquitetura eletrônica do caminhão foi fortemente ampliada. “ Na prática, isso significa trocas de marchas mais rápidas, redução do consumo de combustível, além de melhor comportamento do acelerador e da performance do veículo em aclives e conforto para o motorista”, explicou Nilton Roeder – diretor de estratégia, desenvolvimento de negócios e suporte de caminhões do Grupo Volvo na América Latina.
A sexta geração da caixa I-Shift tem 12 marchas à frente e quatro à ré e devido ao eficiente gerenciamento da relação com o motor, proporciona melhor aproveitamento da potência, principalmente nos momentos em que o veículo precisa manter a velocidade média para vencer trechos de subida, disse Nilton Roeder. “A inteligência da I-Shift entende qual é o momento adequado para despender mais potência e garante o comportamento correto do caminhão para cada situação”, acrescentou Roeder.
Outra característica do novo produto é a otimização das trocas de marchas durante todo o tempo do percurso. Álvaro Menoncin explica que esta transmissão elimina, por exemplo, aquelas variações causadas pelo cansaço do motorista ou por outras variáveis, que ocorrem na condução de caminhões com caixa manual, as quais provocam perda de performance do motor e maior consumo de combustível. “Sem pedal de embreagem, a caixa I-Shift facilita bastante o trabalho do motorista. No modo automático basta apenas acelerar e frear. No manual, um simples toque em um botão trocas as marchas”, ensina Menoncin.
A transmissão eletrônica permite que o motorista escolha o melhor modo para dirigir, com opções entre modo econômico e potência máxima. O sistema eletrônico ajusta o trabalho da caixa à forma de condução garantindo menor consumo e também inibindo possíveis trocas indevidas, proporcionando maior durabilidade do trem de força e menor desgaste de peças dos sistemas de transmissão e também das lonas de freio. Atualmente no Brasil, além de todos modelos de caminhão FH saírem da linha de produção com caixa I-Shift, na linha FM chega a 99% e mais de 80 nos semipesados VM.
A geração 5 – que substituiu a quatro, lançada em 2006 – e que está dando lugar para a sexta, foi lançada no Brasil em 2012 junto com os caminhões Euro 5. Naquela ocasião atendia apenas a caminhões das linhas FH e FM, mas no ano seguinte passou a ser disponibilizada também para modelos VM e em 2014 nos caminhões vocacionais. Já a sexta geração da I-Shift disponibiliza opcionalmente para a linha F (FH, FM e FMX), além da caixa de 12 marchas sem redução para a maioria dos modelos estradeiros, mais duas opções.
Uma delas é de 13 velocidades com super-reduzida e última marcha overdrive. Trata-se de uma unidade para nichos específicos no mercado latino americano e outra de 14 marchas para veículos que precisam rodar em velocidades muito baixas. Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo no Brasil, afirmou que esta nova caixa é mais uma evolução para garantir ao transportador veículos mais equipados com o que há de melhor para aumentar a produtividade da operação de transporte. O presidente do Grupo Volvo na America Latina, Wilson Lirmann finalizou dizendo que a Volvo é reconhecida globalmente pelos seus produtos inovadores, os quais proporcionam soluções que garantem o melhor desempenho possível com baixo consumo de combustível.
EVOLUÇÃO DA CAIXA DE CÂMBIO | |
Anos 80 | (Caixa Manual) Durabilidade 250 a 350 mil km Embreagem: 150 a 200 mil km |
Anos 90 | (Caixa Manual) Durabilidade 350 a 450 mil km Embreagem: 200 a 250 mil km |
Anos 2000 | (Caixa I-Shift) Durabilidade: 550 a 650 mil km Embreagem: 250 a 300 mil km |
Ano Atual | (5ª Geração I-Shift lançada em 2012) Durabilidade: 700 a 1 milhão de km Embreagem: 400 a 500 mil km |
Ano 2016 | (6ª geração I-Shift) Durabilidade: acima de 1 milhão de quilômetros Embreagem: acima de 500 mil km |