Por João Geraldo
Desde o dia 01 de janeiro, a Volkswagen Caminhões e Ônibus, único braço da montadora alemã que produz caminhões e ônibus no mundo, passou a ser controlada pelo grupo MAN AG, também alemão, com forte atuação na produção de caminhões, ônibus e motores diesel rodoviários, marítimos e ferroviários e turbinas, além de outros equipamentos, como por exemplo, para mineração, do qual a MAN já tem operações no Brasil através de um escritório no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte/MG, onde são concretizadas as encomendas de gigantescos equipamentos que fazem os ‘montes’ de minérios nos grandes pátios através de caçambas giratórias.
O objetivo da empresa, que distribui seus produtos em 130 países, é ampliar os negócios envolvendo veículos de cargas e de passageiros. De acordo com o presidente da companhia, Häkan Samuelsson, que esteve no Brasil para anunciar a compra, os planos da empresa são, inicialmente, lançar e popularizar a marca MAN no território brasileiro. Ele acrescenta que seus caminhões já são conhecidos por muitos transportadores rodoviários de carga brasileiros e que os modelos serão comercializados na mesma rede Volkswagen já existente. “Poderemos compensar a vinda de produtos com nossas exportações, mas ainda vamos analisar como será o futuro em certos aspectos”, disse o presidente da VWCO, Roberto Cortês, que continua a presidir a empresa, conforme foi confirmado por Samuelsson.
O fato é que a partir deste ano a marca MAN começa a ser freqüente nas ruas e estradas brasileiras, como já acontece em outros países da América do Sul. O campeonato de F-Truck deste ano, por exemplo, já contará com a participação de um caminhão MAN, que está no Brasil desde meados de 2008. O veículo deveria ter estreado na última etapa do ano, em dezembro, no autódromo de Brasília, porém, provavelmente em decorrência das negociações a estréia foi adiada.
Neste primeiro momento de presença da MAN no Brasil, o que pode se considerar como certo é que seus caminhões complementarão a linha da Volkswagen já existente, conforme disse Cortês. “A princípio vamos focar nos extrapesados”, confirmou o presidente da empresa. E, por conta disso, o primeiro modelo a entrar em cena poderá ser um extrapesado na faixa de 420cv de potência.
“Com os produtos MAN, a Volkswagen passará a ter maior abrangência no mercado brasileiro, e estamos entrando no País porque aqui é um mercado de futuro a médio e longo prazos, acrescentou Samuelsson. O dirigente da empresa alemã admitiu também que este ano haverá um impacto nos mercados em decorrência da crise, porém, não associou a compra da Volkswagen com a situação mundial e disse que esta aquisição vem sendo discutida há meses.”Finalmente chegamos a um preço justo, mas gostaríamos de já ter feito o negócio antes”, explicou.
Outro ponto citado durante o anúncio da aquisição é que o consórcio modular continuará em operação na fábrica de Resende/RJ. Quanto ao fornecimento de motores, eixos e outros componentes da própria marca MAN para veículos Volkswagen, pouco se falou. Quanto à Scania, cujo maior acionista é a Volkswagen, Samuelsson disse que nada tem a ver com a aquisição da Volkswagen Caminhões e Ônibus, pois esta continua a ter participação da Volkswagen AG, com sede na Alemanha, a qual diz que vendeu a fábrica de caminhões no Brasil, porque pretende centrar seus negócios em automóveis e comerciais leves.