Há 40 anos, a Volvo lançava no Brasil o seu primeiro caminhão produzido em Curitiba. O pesado N10 abriu caminho para a montadora se consolidar no mercado brasileiro e o modelo mereceu homenagem da montadora com uma séries especial
Por João Geraldo
Às vésperas de comemorar 50 anos de circulação, a serem completados em julho de 2020, a Revista O Carreteiro trará em todas as edições algum fato que foi relevante na história do transporte rodoviário de cargas no Brasil a partir de 1970. Nesta edição, ainda com o calor da Fenatran, onde a Volvo lançou uma edição do FH comemorativa aos 40 anos da montadora no Brasil, com cores do N10, vale a pena relembrar um dos anúncios do primeiro caminhão da marca produzido no Brasil. N de “novo” e 10 de “qualidade”, conforme afirmava a montadora em uma de seus anúncios na edição de abril de 1979, de número 79.
“Pesado Volvo N10, tão bom quanto chegar em casa. Uma última curva à esquerda. Outra à direita. Agora uma reduzida. Pé no freio, mão na buzina e pronto. Você está em casa de novo”. Começava assim o texto para levar o leitor à cabine do caminhão que estava sendo lançando naquele ano no Brasil.
Antes de falar resumidamente do veículo, o texto procurava criar uma situação do motorista finalmente chegando cansado em sua casa e ao aconchego da família, depois de uma longa e dura viagem com um caminhão qualquer que não era um Volvo N10.
Em seguida vinha a frase enaltecendo o veículo: – “Mas agora nasceu o N10 para facilitar as coisas para você. Tudo que o caminhoneiro sempre quis de um caminhão, com a qualidade Volvo como garantia. Você precisa conhecer esse pesado”.
Antes, na edição de agosto do mesmo ano, que publicou tudo sobre a comemoração de 10 anos da Feira do Carreteiro, a revista trouxe um encarte com desenhos do N10 em preto e branco, com para serem pintadas “conforme a imaginação do leitor” e entregar no estande da montadora na Feira. Ao final do evento, os autores as melhores pinturas, escolhidas por um júri, ganhariam um prêmio surpresa.
Logo o N10 se tornou um dos principais caminhões pesados do País. O modelo N foi escolhido pela Volvo para Brasil e América do Sul, comparado à época com mercados como África e Austrália. Com PBT máximo de 6.5 toneladas no eixo dianteiro e 13 toneladas no eixo traseiro, sua capacidade máxima de tração era de 52.000 toneladas.
O motor era o TD 100 A, com 263 cv, a 2.200 rpm, turbo alimentado e transmissão ZF Eco Split. O sistema de freio a ar comprimido tinha três circuitos independentes: eixo dianteiro, eixo traseiro e freio de estacionamento. A suspensão contava com molas elípticas e a direção era hidráulica. Em 1989, a montadora lançou o NL, com motor de 12 litros, versão aprimorada da linha N.