Por João Geraldo
A necessidade de atender a legislação de emissões, mais a exigência do mercado de se ter produtos com preços competitivos, levou os engenheiros da DaimlerChrysler a desenvolver um motor mecânico para atender o Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores), cujas regras serão válidas para todos os automóveis, caminhões e ônibus produzidos a partir de 2006. Outros dois fabricantes de motores no Brasil, a Cummins e a MWM International, já têm, respectivamente, seus engenhos mecânicos, para veículos comerciais leves, adequados à legislação.
O motor apresentado pela Mercedes-Benz no início de setembro é, na verdade, uma evolução do OM 364 utilizado nos caminhões leves da marca Mercedes-Benz há 15 anos. Na configuração atual, com 3.972 cm3 de cilindrada e turbocooler, gera 110 cv de potência a 2.300 rpm e entra no mercado equipando dois lançamentos da companhia para o mercado de ônibus: o minibus LO 712 e o microônibus LO 812, indicados para o transporte urbano, escolar, fretamento e outras aplicações.
“Continuamos defendendo as vantagens do motor eletrônico, mas o mercado quer um produto mais em conta”, diz Gilson Mansur, diretor de vendas da DaimlerChrysler. Ele acrescenta que ainda não há previsão de usar o motor OM 364 em caminhões, mas não descarta esta possibilidade. A Volkswagen, forte concorrente da marca, já disponibiliza um modelo de caminhão leve que atende a legislação Proconve P5 com motor mecânico, por isso é lógico acreditar num lançamento Mercedes-Benz na mesma faixa de mercado.
O supervisor de tecnologia de motores da DaimlerChrysler, Nilton Shiraiwa, explica que para atender os limites de emissões estabelecidos o motor passou por várias mudanças. Ele destaca um novo pacote de anéis, otimização da câmara de combustão, nova taxa de compressão e uma bomba injetora distribuidora que propiciou pressões de injeções maiores, adoção de bomba elétrica e mais uma série de modificações técnicas.
“O projeto começou a ser desenvolvido em fevereiro de 2004 e quatro meses depois iniciamos os testes funcionais de desempenho e emissões. Em setembro começamos os trabalhos no banco de prova, para simular as mais diversas condições de operação”, explica. As provas de campo foram realizados em outubro, nos ônibus LO 712 e LO 812, encarroçados e com oito toneladas de PBT. “ Todos os testes já atingiram 650 mil quilômetros e alguns já chegaram a 100 mil quilômetros em campo”, conclui.