Por Katia Siqueira
Esta é uma das constatações da Pesquisa Truk2, que mostra também que a idade média dos caminhões atinge a casa dos 14,3 anos. Os mais envelhecidos são os modelos médios, com 21,3 anos em média; seguidos pelos semipesados, com 13,7 anos; os leves, com 12,6 anos; os pesados com 11,8 anos e os extrapesados com 7,2 anos.
O trabalho está sendo dividido em seis etapas e se estenderá até maio de 2003. Ele envolve mais de 22 mil motoristas rodoviários de carga e uma equipe formada por 120 pesquisadores e supervisores, que estão realizando a coleta de dados em 14 Estados, totalizando 60 postos de coletas. A primeira das seis etapas foram realizadas em junho deste ano, com 3.425 questionários preenchidos.
As outras cinco etapas (Inverno, Primavera, Verão, Outono e Relatório Final) foram marcadas para os meses de agosto, outubro, dezembro, fevereiro e maio/03, com os dados consolidados. “As seis amostras cobrem o período de 12 meses consecutivos para permitir a análise da sazonalidade da carga e medir as variações do fluxo durante o ano”, comentou Ronaldo Augusto da Silva, consultor da Truk Consultoria, empresa que há mais de 10 anos se dedica ao estudo do transporte rodoviário de carga no Brasil.
A Pesquisa Truk2 trará, informações sobre a idade da frota de caminhões, dos pneus (durabilidade, recapagem, fatia do mercado tomada pelos importados etc.), quilometragem rodada, carga transportada (matriz O/D), consumo de óleo diesel, ocorrência de acidentes com caminhões, produto gerado pelo setor, eficiência do transporte rodoviário de carga, prática da sobrecarga, níveis atuais de fretes por rota e por mercadoria, que serão comparados com os de 1992, ano da primeira edição da Pesquisa Truk.
A composição da frota de caminhões movida a diesel, considerando 1.312.246 veículos está dividida da seguinte forma: 344.278 leves (26,2%), 349.249 médios (26,6%), 292.648 semipesados (22,3%), 133.501 pesados (10,2%) e 192.570 extrapesados (14,7%) forma a base para desenvolver a Pesquisa Truk2 como um todo. Os resultados obtidos durante a coleta de dados mostram que, se o governo Federal realmente implantar a inspeção veicular, mais de 100 mil caminhões correm o risco de virar sucata.
As classes são definidas pela capacidade máxima de tração – CMT, sendo os leves até 10t, os médios de 10 a 20t, os semipesados de 20 a 30t, os pesados de 30 a 40t e os extrapesados com CMT superior a 40t.
De acordo com a Pesquisa, a distribuição dos caminhões por idade aponta um cenário bastante comprometido. Apenas os extrapesados têm idade média inferior a 10 anos. Mesmo os leves, cuja produção sempre foi alta, já estão envelhecidos. Estes, veículos, contudo, pelo fato de atuarem praticamente em áreas urbanas, apresentam maior facilidade de correção dos problemas apresentados, sem comprometer a entrega de carga.
Ronaldo Augusto diz que o grande fator responsável pelo envelhecimento precoce do caminhão é a sobrecarga que carregam. Na pesquisa de 1992, 50,2% das viagem dos Transportadores de Carga Autônomos (TCA) eram feitas com alguma sobrecarga. Os caminhões médios dos autônomos fazem 63,6% de suas viagem com sobrecarga; 51,9% das viagem dos extrapesados das Empresas Transportadoras de Carga (ETC) são com sobrecarga.