Como temos falado nesta seção, os pneus de um veículo de carga ou de passageiro apresentam uma infinidade de maneiras para ter sua representatividade diminuída na planilha de custos, pois são inúmeros os itens que afetam a vida destes componentes e refletem – diretamente ou indiretamente – no custo total da operação de um veículo de carga.

Alguns detalhes podem até passar despercebidos, ou intangíveis, como o cansaço ou o estresse de um motorista devido a um desalinhamento de eixos, situação em que ele tem de passar 100% do tempo corrigindo a trajetória do veículo. Muitas vezes, isso passa despercebido e ninguém consegue medir.

Quando discutimos sobre paralelismo de eixos, estamos tratando de um item que nem consta nas especificações de um veículo de carga, de um reboque ou semi-reboque, pois a especificação para todos é que os eixos estejam exatamente perpendiculares ao chassis. Isso faz com que o veículo literalmente “ande em linha reta”. Seja de dois ou de nove eixos, todos eles devem estar criteriosamente alinhados em relação ao chassi evitando-se desperdício de dinheiro com desgastes acentuados provocados por eixos desalinhados.

Normalmente, quando se manda alinhar qualquer veículo, se verifica somente a convergência/divergência das rodas, por tratar-se do item mais fácil e rápido de se verificar. Porém, para se considerar que o veículo foi alinhado ele tem de passar por diversas medições. Uma delas é o alinhamento dos eixos em relação ao chassi, que deve ser sempre num ângulo de 90 graus.

Se num veículo de 9 eixos tiver um eixo somente desalinhado, ele pode provocar desgastes irregulares inclusive no eixo dianteiro do cavalo-mecânico, pois o desalinhamento fará sempre com que o veículo seja tirado de sua trajetória correta, e a correção é feita sempre pelo eixo dianteiro.

O consumo de combustível também será afetado, porque os pneus estarão sofrendo um arraste constante. Esse arraste provoca aquecimento anormal do pneu, desgaste irregular da banda de rodagem, diminuição da vida útil e lembrando que correção de rota em 100% do tempo gera cansaço excessivo do motorista, etc.

Se o eixo estiver com 1 cm por metro de desalinhamento, isso significa que os pneus sofrerão um arraste de 10 metros por quilômetro rodado. Se for feita a projeção para quilometragens maiores, o prejuízo é considerável.

Bom trabalho e até o mês que vem.

Esse Boletim é de responsabilidade do Consultor na área Automotiva Pesada, Guilherme Junqueira Franco, que tem a formação TTS – Truck Tire Specialist (Especialista em Pneus de Caminhão).

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