Por João Geraldo
Resistência ao Rolamento, Aderência no Molhado e Ruído Externo são os três tipos de informações de desempenho que todo pneu nacional ou importado vendido no Brasil deverá trazer a partir de outubro de 2016. Trata-se do Programa Brasileiro de Etiquetagem de Pneus (PBE) regulamentado pelo Inmetro conforme Portaria 544/12, que padroniza a aplicação de etiquetas com informações de eficiência energética e de meio ambiente em pneus novos inserido no programa.
Apesar de ser novidade para pneus no Brasil, a etiquetagem já é conhecida há anos pelos brasileiros para indicar, principalmente, o nível de eficiência do produto, como geladeira, lâmpadas, aparelhos de ar-condicionado, veículos etc. No caso dos pneus, a Resistência ao Rolamento está relacionada à eficiência energética e ao consumo de combustível do veículo, pois quanto menor o consumo, menor é o impacto sobre o meio ambiente devido à redução de emissões de CO2. O item Aderência no Molhado trará informações sobre à aderência do pneu em pisos molhados; um indicador do desempenho de segurança, enquanto o Ruído Externo, medido em decibéis, trará informações sobre o nível de impacto no ambiente.
Estão inseridos no programa todos os pneus radiais para automóveis de passeio, caminhões, construção, aplicação fora de estrada, e de uso rodoviário, regional e severo. Embora o Programa de Etiquetagem entre em vigor só em outubro de 2016, os fabricantes do setor já podem iniciar a etiquetagem a partir de abril deste ano.
Fábio Garcia, gerente de marketing da Goodyear do Brasil, diz que o consumidor busca mais do que apenas três critérios, pois de acordo com pesquisas de mercado, a decisão de compra é influenciada por pelo menos 10, conforme o segmento. No caso do transporte rodoviário, além dos itens relacionados è eficiência energética, aderência ao piso molhado e emissão de ruído, respectivamente, o cliente observa a quilometragem da banda original, quilometragem total, índice de recapabilidade, resistência da carcaça, assistência à frota, ferramenta de gestão do pneu e custo por quilômetro.
Garcia destaca que a Goodyear quer mais qualidade ainda, por isso conta com mais de 50 critérios avaliados em cada pneu que produz. O Programa Brasileiro de Etiquetagem tem graduação mínima e caso o pneu esteja abaixo do limite estabelecido não poderá ser comercializado no País. Os produtos importados também terão de atender aos critérios, e a fiscalização será realizada pelo Instituto de Pesos e Medidas (IPEM). Este tipo de qualificação do produto existe também na Europa, embora seja exigência legal como será tratado aqui no Brasil.
Atuação no Brasil
Considerada uma das unidades mais modernas do mundo, a fábrica da Goodyear, em Americana/SP, está em operação há 41 anos no Brasil e utiliza a infraestrutura tecnológica de ponta de seu campo de provas ao lado da empresa, também citado como um dos melhores do mundo e onde realiza mais de 10 mil testes em seu processo produtivo. Em 2013, a empresa iniciou um ciclo de investimento no valor de 240 milhões de dólares em modernização da planta, na capacidade produtiva e na renovação do portifólio de produtos e preparação para a etiquetagem de pneus. Atualmente a rede de distribuidores conta com 150 revendedores oficiais e cerca de mil pontos de venda no País. A Goodyear tem outras duas fábricas no Brasil, ambas no Estado de São Paulo: a de materiais de recapagem, em Santa Barbara do Oeste e de pneus para aviação, no Bairro do Belenzinho, na Capital.