Por Evilazio de Oliveira
Chega à América do Sul o sistema híbrido-elétrico, tecnologia que gerencia a tração do motor a diesel, reaproveitando a energia gerada durante as frenagens. Trata-se de uma solução que vem sendo desenvolvida há anos pela Eaton Corporation, com o objetivo de reduzir emissões e o consumo de combustível. Sua aplicação mais frequente tem sido em veículos que trafegam nos grandes centros – como ônibus urbanos, veículos de entregas de bebidas, coleta de lixo ou outras aplicações que exijam paradas e arrancadas frequentes. O sistema já demonstrou redução de até 30% no consumo de combustível e de 40% nas emissões de gases poluentes.
Nos últimos 15 anos, a empresa investiu dezenas de milhões de dólares no desenvolvimento desse projeto, segundo o diretor de vendas e marketing da divisão de veículos da Eaton na América do Sul, Ricardo Dantas. Ele explica que o sistema híbrido-elétrico tem eficiência comprovada em mais de três mil veículos em circulação, que totalizam mais de 160 milhões de quilômetros em aplicações na Ásia, Europa e América do Norte. “O sistema não reduz apenas o custo operacional para os frotistas, mas também beneficia toda a sociedade por meio de menos emissões de poluentes, ar mais limpo e menor poluição ambiental”. E acrescenta: “os motores híbridos são mais duráveis e econômicos, além da redução nas emissões de gases poluentes”, complementa. Dantas não soube precisar valores para a instalação desse sistema numa frota, ressaltando que tudo precisa ser analisado e que cada caso é um caso. Todavia, enfatizou a inegável vantagem na utilização em ônibus, caminhões de entregas e de coleta de lixo, entre outras aplicações urbanas. No transporte rodoviário de longa distância, não haveria vantagem imediata.
Enquanto nos Estados Unidos prosseguem pesquisas com protótipos do sistema híbrido-elétrico em caminhões pesados de longo curso, conforme Amaury Rossi, da área de Desenvolvimento de Mercado e Planejamento de Produto da Eaton, a empresa procura consolidar a utilização do produto em veículos urbanos, como ônibus e caminhões de entrega. Com isso, em abril passado foi formalizada uma aliança em Buenos Aires/AR entre Eaton e a TATSA (Tecnologia Avanzada em Transporte S.A.) – uma das maiores empresas de transporte urbano da Argentina – para a produção em série de ônibus híbrido-elétricos na América Latina. A cooperação entre as empresas será de longo prazo e permitirá a fabricação do veículo no país para atender aos diversos mercados latino-americanos.
A TATSA é a primeira empresa a ter esta tecnologia para ônibus urbanos na América Latina, firmando assim o seu compromisso em oferecer soluções de excelência à sociedade, segundo disse o presidente da empresa, José Garcia, ao falar para um grupo de autoridades, transportadores e jornalistas reunidos em Buenos Aires. Segundo ele, depois de cinco meses de trabalhos em equipe, se consolida uma aliança de integração sólida entre ambas corporações, cuja projeção plurianual prevê um mercado de mais de 1.500 unidades híbridas nos próximos 10 anos. “Durante o ano de 2011 serão fabricadas na Argentina cinco unidades protótipo para logo se estabelecer um plano de produção de 20 unidades adicionais, que terão a característica de serem desenhados com tecnologias de propulsão que permitam o uso de motores com um equipamento de potência diesel – elétrico em paralelo, que permitirá reduzir o consumo de combustível e a emissão de gases em 40% além de reutilizar até uns 30% da energia”.
Conforme salientou José Garcia, como integrante da indústria automotiva argentina, a TATSA se encontra em plena expansão, tanto no mercado nacional como internacional. Desde 2005 desenvolve sua atividade na Planta Industrial de San Martin, em Buenos Aires, de 14 mil metros quadrados e, neste ano, começará a produzir em Maldonado, Uruguai. Também projeta, para este ano, por em funcionamento uma planta operacional de Fort Valley, Estado da Georgia, nos Estados Unidos. Com relação à Eaton Corporation, lembrou que é uma empresa diversificada na gestão de energia e que está celebrando o seu centenário de fundação, operando em mais de 150 países. Conta com aproximadamente 70 mil funcionários e suas vendas em 2010 atingiram US$ 13,7 bilhões.
