Por João Geraldo

Utilizada há décadas e nem sempre bem-vinda como principal substituta do dinheiro nos pagamentos de motoristas, a carta-frete tem pela frente um concorrente moderno que chega com disposição para superá-la nas transações entre carreteiros e empresas. Trata-se de um sistema denominado CTF Frete Digital, o qual permite ao motorista retirar o dinheiro nos postos de serviço mediante à apresentação do contrato de frete emitido pelo embarcador e da identificação de sua impressão digital em aparelho apropriado e instalado nos estabelecimentos credenciados a fazerem o pagamento do frete e abastecimento do veículo.

Pelo sistema digital, o motorista pega dinheiro vivo ou transfere valores para sua conta corrente, mas não fi ca livre de disponibilizar parte do valor do frete para abastecimento do caminhão no posto que faz o pagamento. Para entender como funciona, basta saber que o frete digital envolve o embarcador, os bancos Bradesco e Unibanco e postos Rodo Rede Ipiranga, que fazem o pagamento através de uma rede que conta atualmente com 42 postos que já têm os aparelhos para operar o frete digital.

Para sacar o dinheiro é necessário o motorista informar o número do contrato de frete (emitido pelo embarcador) e identifi car-se com impressão digital, por meio de um scaner instalado no posto. Caso seja a primeira vez que esteja usando o sistema, deverá fornecer o número do CPF e após ter confi rmado seus dados com os do contrato, o operador fará o cadastro da impressão digital. Nas próximas operações, no mesmo posto ou em outros da rede, bastará a identifi cação apenas pelas digitais.

Luiz Roberto Farah, gerente de negócio da CTF Tecnologia em Transporte, diz que o sistema favorece os dois lados, tanto o motorista quanto o embarcador. O motorista porque tem garantia de receber em dinheiro e com segurança, enquanto o embarcador tem um sistema que agrega várias vantagens, pois pode acompanhar, via Internet, a viagem em tempo real; débito e crédito automáticos entre empresa e postos; banco de dados com a performance do motorista e uma série de outros itens que facilitam sua vida. “Hoje temos relacionados dez clientes que movimentam cerca de três mil motoristas que utilizam o sistema CTF Frete Digital”, conclui. Ele acrescenta que a empresa opera outro sistema com a rede de postos BR Petrobras, que utiliza um selo com um chip grudado no vidro do caminhão, que após o motorista digitar uma senha é feita a identifi cação. “A principal diferença entre os sistemas é que um deles valoriza a presença do motorista no posto, e o outro a do veículo”, finaliza.