O excesso de peso que dificulta a condução dos caminhões, entre outros problemas como as estradas mal-conservadas, a carga horária e a imprudência, foram apontadas durante o 1º Seminário sobre Segurança nas Rodovias, realizado pelo Ministério dos Transportes como fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes.

O evento, apontou também outros fatores como o sistema obsoleto de controle de tráfego e os atrasos nas operações de carga e descarga, que obrigam o carreteiro a passar mais horas ao volante e trafegar em velocidades elevadas para descontar o tempo perdido, conforme consideraram algumas lideranças do setor que participaram do seminário.

O vice-presidente do Setcepar – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado do Paraná, e diretor-presidente da Cargolift Logística e Transporte, Markenson Marques, defendeu a adoção de modernos sistemas de telemetria de frota como alternativa para redução de acidentes. A tecnologia, segundo ele, proporciona a perfeita rastreabilidade veicular, em substituição ao tacógrafo, e permite o controle do tempo de direção do motorista, além de ser um passo a mais para aprovar o projeto de lei de tempo de direção que tramita no Congresso.

Marques explica que os resultados positivos dependem da inclusão na lei da responsabilidade dos embarcadores e destinatários de cargas, atribuindo a eles um período máximo de tempo para o processo de carga e descarga. Assim, para evitar que o carreteiro perca muito tempo nesse processo, e depois compense dirigindo por várias horas, seria necessário determinar que nenhuma carreta ficasse parada por mais de uma hora. “Quem demandar mais tempo deveria pagar uma estadia pelo tempo excedente para o transportador, o qual repassaria a parcela relativa ao salário diretamente ao motorista”, afirmou.